DIEGO ORTIZ
O novo Hyundai i30 desfila pela pista da Fazenda Serra Azul, em Itupeva, e o pensamento vai junto. Como uma marca que começou a fabricar carros em 1974, com o sofrível Pony, consegue agora afrontar rivais seculares como Ford e GM e chegar a um grau de construção capaz de não fazer feio para o alemão Volkswagen Golf, médio mais desejado do mundo? Alguns diriam que o segredo é seriedade e investimento. Mas também há tesão na fórmula do modelo, que chega em janeiro por cerca de R$ 65 mil – segundo fontes.
Só mesmo um desejo visceral para explicar o crescimento da sul-coreana nesses 38 anos e o salto de qualidade visto no novo i30 diante da geração anterior, de 2009. O carro não é perfeito. O motor flexível (pela primeira vez na linha) de 1,6 litro, 128 cv e 16,5 mkgf, por exemplo, é apenas suficiente para mover o hatch na cidade.
Basta uma subida mais íngreme ou pisar fundo em uma ultrapassagem para ele botar a língua de fora (o 2.0 flexível chega alguns meses depois do 1.6). Como surge a altas 5 mil rpm, o torque máximo não ajuda o desempenho. O câmbio automático de seis velocidades é ligeiro, mas merecia uma primeira mais curta para embalar o Hyundai.
No mais, o carro agrada em todos os sentidos. A estrutura é muito sólida. Não dá para imaginar que surgirão “grilos” após alguns anos de uso. A estabilidade é muito boa e o trabalho da suspensão filtra muito bem as imperfeições do piso. A direção elétrica também é bem calibrada – não há folga em alta velocidade.
O acabamento é impecável e há lugar razoável para cinco pessoas, mesmo que a marca tenha sacrificado o espaço traseiro para ganhar capacidade no porta-malas, que saltou de 340 para 378 litros. A lista de itens da única versão inclui câmera traseira de auxílio a manobras, ESP, GPS e air bag do tipo cortina, entre outros. De opcional, só há o teto solar.