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Novo Kia Cerato 2020 tem no preço seu maior trunfo
Avaliação

Novo Kia Cerato 2020 tem no preço seu maior trunfo

Kia Cerato 2020 de topo custa o mesmo que concorrentes em versões intermediárias

Hairton Ponciano Voz, de Indaiatuba

24 de set, 2019 · 9 minutos de leitura.

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cerato 2020
KIA CERATO 2020
Crédito:KIA/DIVULGAÇÃO

Ao apresentar o novo Cerato 2020, a Kia deixou claro que vai explorar a boa relação custo-benefício. O sedã produzido no México custa R$ 94.990 na versão de entrada, EX. A topo de linha sai por R$ 10 mil a mais (R$ 104.990). São preços competitivos quando comparados às referências do segmento. O Toyota Corolla mais barato, GLi, custa R$ 99.990, enquanto o Honda Civic básico, LX, sai por R$ 97.900.

Não há requintes tecnológicos como turbo e injeção direta de combustível. Também não espere teto solar ou bancos com ajustes elétricos. Mas, além do preço, a Kia oferece um bom pacote de equipamentos para brigar com as versões básicas e intermediárias da concorrência.

A versão de entrada vem com seis air bags, central multimídia com tela de 8″ flutuante, ar-condicionado manual, sensor de pressão de pneus, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa e câmera de ré, entre outros itens. A topo de linha SX oferece adicionalmente ar-condicionado de dupla zona, luzes diurnas de LEDs, bancos com imitação de couro, botão de partida, borboletas para trocas de marcha no volante, etc.

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kia cerato
KIA/DIVULGAÇÃO

Motor 2.0 rende até 167 cavalos

Sob o capô, o sedã trocou o 1.6 de 128 cv pelo 2.0 flexível de até 167 cv, com etanol. Com gasolina, a potência é de 157 cv. A diferença de desempenho é gritante em relação ao modelo anterior. A avaliação foi feita numa pista particular, em Indaiatuba, interior de São Paulo. E o sedã de 1.283 kg mostrou boa capacidade de aceleração. O motor trabalha em conjunto com um câmbio automático de seis marchas.

Há borboletas no volante, e opção de trocas também na própria alavanca, no console. Embora as respostas do motor sejam boas, na pista o sedã apresentou uma pequena demora nas retomadas de velocidade. Mas, no dia a dia, provavelmente o sintoma não deve aparecer (não fizemos o teste em ruas abertas). Afinal, sedãs médios têm perfil familiar, e nenhum compromisso com esportividade.


Por outro lado, o comportamento da carroceria em curvas abertas e fechadas foi muito bom. Apesar de empregar eixo de torção na traseira, rodas de 16 polegadas e pneus de perfil mais alto (205/60, o que em tese comprometeria o comportamento em curvas), o Cerato 2020 mostrou-se obediente no traçado. A estabilidade é muito boa, e a carroceria inclina-se pouco, mesmo no limite de aderência. Os pneus sul-coreanos da Kuhmo fazem muito barulho nas curvas quando forçados ao limite, mas em nenhum momento o carro passou insegurança.

kia cerato
KIA/DIVULGAÇÃO

Cerato oferece quatro modos de condução

Da mesma forma, a direção elétrica e os freios (disco nas quatro rodas) agradaram. O Cerato oferece quatro modos de condução: econômico, esportivo, conforto e “smart”. Segundo a Kia, nesse último modo o carro “aprende” a forma de conduzir do motorista, e após o aprendizado passa a se adaptar e a reproduzir o estilo do condutor.


Painel e portas têm revestimento macio e o aspecto geral é bom. A tela da central multimídia de 8″ fica “flutuando” sobre o painel, uma tendência cada vez mais comum nos carros modernos. Isso porque, dessa forma, economiza-se espaço no painel. O sistema é compatível com Apple CarPlay e Android Auto. Os bancos de couro estão presentes na versão de topo, SX, e vêm com aquecimento. A coluna de direção é ajustável em altura e profundidade.

kia cerato
KIA/DIVULGAÇÃO


Visual é ao mesmo tempo elegante e esportivo

O visual não chega a ser tão arrojado como o do Civic, por exemplo, mas não faz feio diante do Corolla, Cruze ou Jetta. Mescla detalhes esportivos, na dianteira, com um perfil mais elegante na traseira.

A grade em forma de “nariz de tigre” continua lá, e foi levemente reduzida. Em compensação, a entrada de ar inferior aumentou. Curiosamente, o modelo ainda utiliza palhetas de limpador de para-brisa convencionais, com estrutura de ferro. Modelos modernos adotaram há tempos as palhetas com estrutura integral de borracha.

As rodas são de 16″ nas duas versões. A traseira é elegante, e o capô acomoda 520 litros, de acordo com a Kia. O pneu estepe tem a mesma medida dos demais. É um dos maiores bagageiros do segmento. Como comparação, o Civic tem 519 litros, enquanto o novo Corolla abriga 470 litros.


A Kia estima vender pouco mais de 1 mil unidades do modelo ainda este ano. Com isso, não há nenhuma pretensão de incomodar os modelos mais vendidos da categoria. O líder Corolla vende mais de 4 mil unidades/mês.

O Civic, mais de 2 mil. Se vender as pouco mais de 300 unidades por mês, o Cerato vai brigar com modelos como o Nissan Sentra e Citröen C4 Lounge. A garantia de cinco anos é uma das maiores da categoria.

kia cerato

KIA/DIVULGAÇÃO

Ficha técnica: Kia Cerato SX

Preço: R$ 104.990
Motor: 2.0, 4 cil., 16V, flexível
Potência (cv)*: 167 a 6.200 rpm
Torque (mkgf)*: 20,6 a 4.700 rpm
Câmbio: Automático, 6 marchas
Comprimento: 4,64 m
Entre-eixos: 2,70 m
Peso: 1.283 kg
Porta-malas: 520 litros

Fonte: Kia

Prós e contras – Kia Cerato 2020

Prós: Custo-benefício
Sedã tem bom pacote de equipamentos a preço atraente, além de visual moderno e desempenho satisfatório.


Contras: Rodas ‘pequenas’
A maior parte dos concorrentes adota rodas aro 17 e pneus de perfil mais baixo, que combinam mais com o visual do modelo.

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Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.