Teste: Novo Nissan Versa 2021 chega a partir de R$ 72.990

No conto infantil “O príncipe sapo”, um feitiço transforma o príncipe em sapo e tudo que as pessoas veem é sua aparência pouco agradável. Com a quebra do feitiço, ele se torna um homem com muitas qualidades e beleza ímpar.

A fábula é mais ou menos o que se passou com o Nissan Versa 2021. O sedã compacto da marca japonesa tinha suas qualidades escondidas pelo visual desinteressante, como o sapo. Agora, com um estilo digno da nobreza, deve fazer sucesso nas ruas com um público mais amplo que o de motoristas de táxi e Uber.

Importado do México, a nova geração do Nissan Versa chega às lojas a partir de R$ 72.990. Ele inaugura também uma nova nomenclatura de versões no País. Saem as letras S, SV e SL e entram nomes. Sense para a opção de entrada, Advance na intermediária e a Exclusive, na versão de topo.

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De série, todas as versões vêm bem equipadas. Desde a Sense há chave presencial com partida por botão, volante multifuncional, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa; sensor de obstáculos traseiro, ar-condicionado, retrovisores com ajustes elétricos e seis air bags.

Equipamentos

Na versão de topo avaliada pelo Jornal do Carro, Exclusive, há ainda controle de velocidade de cruzeiro, acendimento automático dos faróis, painel de instrumentos de TFT colorido, rodas de liga-leve de 17”, faróis de neblina, ar-condicionado digital e automático e central multimídia com integração a Android Auto e Apple CarPlay.

O pacote da variante Exclusive fica completo com os itens de segurança passiva e ativa como faróis e DRLs de LEDs, alerta de colisão frontal com frenagem autônoma de emergência, alerta de tráfego cruzado e de ponto cego. O pacote fica completo com câmera 360º com alerta de movimento e alerta de esquecimento no banco traseiro.

Esse último sistema funciona da seguinte forma: ao abrir a porta traseira e colocar algo no banco e depois andar com carro, quando ele é desligado novamente, o modelo dá duas sequências de três buzinas para alertar o motorista que ele havia colocado algo no banco. Seja uma mochila ou uma criança.

Novo visual, velha plataforma e mais espaço

O novo Nissan Versa utiliza a plataforma V que, mesmo com todas alterações, é a mesma do March. Embora as melhorias da plataforma não sejam totalmente novas. Elas já estavam presentes na base do SUV compacto Kicks.

Além do visual renovado, que dá ao Versa um aspecto de “mini Sentra” com a linguagem visual V-Motion, que mexeu com o que mais precisava no sedã, ele também tem novas medidas. Ganhou linhas mais ousadas e modernas, em acordo com os demais modelos da Nissan.

Ele está 4,1 cm mais baixo (1,46 m), tem 2 cm a mais de entre-eixos (2,62 m), o comprimento alterou em 0,03 cm (4,49 m) e a largura aumentou em 4,5 cm (1,74 m). O que já era bom em termos de espaço interno para os ocupantes, porém, ficou ainda melhor. O porta-malas já tinha bons 460 litros e agora passa a oferecer 482 litros. O acesso foi facilitado com o distanciamento das alças, o popular “pescoço de ganso”.

Por dentro, temos um bom espaço, tanto para quem vai na frente, quanto para os ocupantes do banco traseiro. Com ajustes de posição no volante e no banco, fica fácil encontrar a melhor posição de guiar. A ergonomia também é um ponto positivo e todos os comandos são fáceis e ficam ao alcance das mãos.

O isolamento acústico também melhorou em relação à geração anterior. Se ouve menos do vento passando pela cabine e também o ruído do motor dentro. Segundo a Nissan, para isso aumentaram o material de isolamento e também a espessura do vidro dianteiro.

Novo Nissan Versa está melhor para dirigir

Mesmo sendo uma atualização da antiga plataforma, é importante frisar que as mudanças são extensas. Com uma uma nova configuração de fixação, a suspensão traseira continua com eixo de torção. Na dianteira foi mantido o tipo independente McPherson no novo Nissan Versa.

O carro está melhor de dirigir e mais estável. Novas calibragens de molas e amortecedores foram aplicadas. Para isso, a Nissan substituiu os batentes de amortecedor, que eram de borracha, por novos de poliuretano.

Em um teste curto, isso permitiu perceber como a carroceria está mais estável. Ela se mexe menos nas mudanças de direção. Uma nova calibragem do sistema de direção elétrica deixou a resposta mais direta e precisa.

Motor é o ponto fraco

Com tantas mudanças, a Nissan não mexeu no que vem sob o capô. Manteve o motor quatro cilindros 1.6 flexível de até 114 cv e 15,5 mkgf. Ele vem associado ao câmbio automático do tipo CVT, de relações continuamente variáveis. O mesmo do Kicks, que traz engrenagem nas marchas de arrancada para tentar melhorar as largadas e retomadas.

Na prática, como ocorre com o Kicks, falta fôlego para o motor mover os até 1.137 kg do novo Nissan Versa. O carro não responde da melhor maneira possível nas retomadas e quando se exige uma resposta mais rápida. A função Sport do câmbio, acionada por um botão na própria alavanca, quase não faz diferença na resposta quando ativado.