Um pneu de carro de passeio costuma durar entre 40.000 e 60.000 quilômetros antes de precisar ser trocado. Contudo, a Continental lançou no Brasil a linha de pneus UltraContact, que promete superar essas expectativas. Segundo a tradicional marca alemã, esse modelo pode durar até 80.000 quilômetros, com garantia que cobre toda essa extensão.
Produzido na fábrica da Continental em Camaçari (BA), o UltraContact foi desenvolvido na Europa. A versão fabricada no Brasil, porém, usa “uma receita diferente de compostos”, conforme explicou Celso Pereira, gerente comercial de desenvolvimento de produto da Continental Pneus, ao Jornal do Carro.
“O UltraContact produzido no Brasil tem um composto mais adaptado às condições desafiadoras das ruas e estradas brasileiras. A estrutura do pneu é mais espessa e reforçada. Assim, oferece maior proteção contra os danos do uso diário”, contou Pereira.
Inicialmente, serão 18 versões do pneu UltraContact para rodas de aro 14 a 19 polegadas. Além disso, a empresa informou que adicionará outras quatro opções de dimensões ao catálogo até o próximo ano.
Composto de alta durabilidade
O “composto” é o material que forma um pneu. A Continental não revela os ingredientes da receita do UltraContact, mas permite visitas guiada à sua “cozinha”, a fábrica em Camaçari.
A instalação salta aos olhos, ocupando um terreno de 800 mil metros quadrados. A produção é distribuída em linhas em prédios altos, com processos de alto nível de automação e precisão. Nesta linha, os operários têm pouco trabalho manual pesado. Assim, o foco é concentrado na supervisão das máquinas que transformam, moldam e montam as diferentes partes dos compostos dos pneus.
O processo começa com a combinação de borracha bruta, colhida de seringueiras, com materiais sintéticos e químicos em misturadores industriais. No final, obtém-se o material básico, já com a característica cor preta, que é cortado e separado. Em seguida, ele passa por diferentes etapas e mais máquinas, que formam mantas de borracha em variadas espessuras.
Forno de pneus
As mantas são então combinadas com outros materiais, como os fios da estrutura, e seguem para outras etapas de produção até ganharem a forma circular, que ainda passa por mais uma série de processamentos. No fim desta parte, a linha de produção completa o “bolo”, mas ele ainda precisa ir ao forno.
Uma das últimas fases de produção na fábrica da Continental na Bahia é a passagem dos pneu por uma prensa aquecida. Ela marca as ranhuras na banda de rodagem, as instruções e logotipos laterais e outros detalhes internos, além de aumentar a rigidez do material. Ao terminar, as prensas liberam pneus fervendo em uma esteira.
Depois que esfriam, os pneus são inspecionados um a um, por instrumentos com lasers e a olho por especialistas da planta. De acordo com a Continental, a fábrica em Camaçari produz cerca de 24.000 pneus de carros e 6.000 para caminhões por dia.
UltraContact tem reforços adicionais e design que reduz ruídos
Algumas versões do UltraContact incluem uma borda adicional que protege a parede lateral do pneu contra possíveis danos causados por impactos com o meio-fio ou buracos, por exemplo. A Continental chama esse detalhe de “flange ribs”.
Além disso, o fabricante afirma que o produto oferece alta durabilidade devido à banda de rodagem de última geração, com o composto (sempre ele) projetado para minimizar abrasão e desgaste. O pneu também tem redutores de ruído (noise breakers) nas ranhuras da banda, que diminuem o som transmitido para o interior do veículo.
“Os noise breakers são como barreiras de quebra mar, que diminuem a intensidade das ondas de ruído gerada pelo contato do pneu com o solo enquanto roda”, comparou o gerente comercial de desenvolvimento de produto da Continental Pneus.
De acordo com a Continental, os sulcos e ranhuras na banda de rodagem, juntamente com o composto de nova geração do UltraContact, proporcionam mais estabilidade de condução, aderência e melhor desempenho em frenagem, sobretudo em piso molhado.
UltraContact contra os concorrentes
Durante o evento de lançamento do novo pneu, a Continental ofereceu aos jornalistas a oportunidade de testar carros calçados com o UltraContact pelas dependências da fábrica em Camaçari. Além disso, a empresa também disponibilizou veículos equipados com pneus de outras marcas (no caso, da Pirelli e Goodyear). .
Os carros postos à prova eram sempre iguais, mas com pneus diferentes. Porém, um teste comparativo como esse não pode ser uma medida conclusiva. Seja como for, o UltraContact, em alguns momentos (e com alguns motoristas), era melhor ou empatava com os concorrentes na prova de frenagem com piso molhado. Em outros testes, a diferença não é notável.
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80.000 km com garantia
Normalmente, quem compra um pneu procura, primeiramente, por preço e depois a marca. Quem for mais famoso e tiver o melhor preço ganha a compra do cliente. Agora, a Continental aposta no número vultuoso de quilometragem. Rodar 80.000 km é uma viagem e tanto. São duas voltas pela Terra. E a marca garante que o UltraContact aguenta a jornada.
Considerando que um motorista dirija cerca de 13.000 km, média brasileira apurada pela KBB Brasil, o novo pneu da Continental pode acompanhar um carro por mais de seis anos. E tem a garantia: são cinco anos contra defeitos de fabricação, além da salvaguarda adicional de 80 mil km para quem adquirir o UltraContact em pares.
Contudo, para manter essa garantia em vigor, o consumidor deverá realizar serviços de alinhamento, balanceamento e efetuar manutenção preventiva dos pneus a cada 10 mil km sob supervisão da rede oficial da Continental.
O modelo de entrada, na medida 175/65 R14, possui preço sugerido de R$ 379,00, valor ligeiramente superior aos concorrentes mais famosos nessa categoria. Considerando a longa durabilidade oferecida pela Continental, é possível trocar de carro antes de precisar substituir os pneus.
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