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A sexta geração do Série 7, que está sendo lançada em mercados como o norte-americano e chinês, é aquele tipo de carro que pode ser considerado o nicho do nicho. Completamente renovado, o BMW traz, na versão de topo, 750i, motor V8 biturbo – câmbio automático de oito marchas e inúmeras soluções tecnológicas, como reconhecimento de gestos para ativar o sistema de som, por exemplo, vêm de série.
Mas, a despeito dos 445 cv de potência e das ótimas respostas dinâmicas a disposição do motorista (ou melhor, chofer), trata-se de um sedã de alto luxo, com refinamento e espaço de sobra para e pensado para surpreender quem viaja no banco de trás.
O carro chega ao Brasil no primeiro trimestre do ano que vem com predicados para atrair um pequeno grupo de clientes, formado principalmente por executivos de alto escalão. Os preços não foram definidos, mas a novidade custará mais que os cerca de R$ 465 mil da tabela do modelo anterior.
A BMW escolheu o Autódromo de Monticello, nos arredores de Nova York (EUA), para apresentar o sedã a um pequeno grupo de jornalistas brasileiros. Embora não seja um esportivo, na pista o carrão mostrou boa desenvoltura para acelerar e frear, graças aos diversos sistemas eletrônicos que ajudam a manter a trajetória – o sedã permanece sob total controle mesmo ao contornar curvas fechadas em alta velocidade.
É como se o Série 7 estivesse flutuando sobre o asfalto. As respostas impressionam, considerando que se trata de um carro que pesa quase duas toneladas. Aliás, nesta sexta geração o BMW passou por um “regime” e perdeu cerca de 130 quilos.
Colabora para isso a utilização de alumínio de alta resistência e fibra de carbono na construção da carroceria. Com isso, além da redução de peso, os engenheiros conseguiram melhorar a rigidez torcional.
Diferentemente da praxe do mercado, no BMW o compósito não está à mostra sob a forma de peças com aquele acabamento “quadriculadinho”. Os componentes são estruturais e ficam escondidos sob os revestimentos que, no interior da cabine, mesclam materiais nobres, como couro e madeira. A única alusão à fibra são plaquetas fixadas na coluna “B”.
Ajustes dos bancos dianteiros e traseiros (os quatro têm memória), volante, além da abertura e fechamento das cortinas laterais e do espia, bem como o teto solar, são elétricos. Quem viaja atrás no lado oposto do motorista, aliás, conta com uma poltrona parecida com a da classe executiva de algumas companhias aéreas. Por meio de botões, é possível reclinar os assentos – o dianteiro é deslocado para a frente automaticamente, de modo a ampliar ainda mais o espaço para o passageiro.
Nas costas dos assentos dianteiros há tablets nos quais são projetadas informações como as do navegador GPS, volume do som e tipo de mídia escolhida – rádio, tocador de CDs e arquivos digitais, etc. Por falar nesse tipo de gadget, outro pequeno dispositivo instalado entre os assentos traseiros (pode ser destacado) faz as vezes de controle remoto para o som, ajustes de temperatura e ventilação do ar-condicionado e por aí vai.
O motorista pode acionar alguns recursos, como ajustes do sistema de som e atendimento a chamadas do celular, por meio de gestos. Uma solução similar à utilizado em alguns aparelhos de TV – a “leitura” é feita quando as mãos do usuário estão próximas à alavanca de câmbio -, reconhece e acata movimentos como o de girar para a direita e esquerda, de forma a ajustar o volume do áudio.
A tela central agora funciona como a face de um smartphone. Com o navegador GPS ligado, o usuário pode, por exemplo, “passear” com os dedos pelo mapa. Após localizar o local de destino, basta clicar sobre ele e ativar o início da navegação.
No novo Série 7, outro grande destaque é a chave. Maior que as convencionais, o dispositivo tem uma pequena tela por meio da qual é possível checar informações do carro, como a quantidade de combustível no tanque, e ativar várias funções. Dá para programar o ar-condicionado para ligar alguns minutos antes de motorista e passageiros chegarem no carro, deixando a temperatura mais agradável.
O recarregamento das baterias da chave (são duas) é feita por indução e, portanto, não requer cabos elétricos. Basta deixar o componente em um compartimento específico no console central – o mesmo pode ser feito com telefones celulares.
Outro recurso interessante é o que permite ao motorista largar o volante por alguns instantes enquanto o sistema “assume” a direção. Diferentemente de um controlador de velocidade de cruzeiro, graças a essa solução o Série 7 acompanha a trajetória da estrada, ajustando a direção das rodas para que o sedã permaneça na faixa e não invada o espaço dos outros carros na via. Uma das boas notícias diante de tantos recursos, é que a maioria deles é bastante intuitiva e fácil de utilizar.
A sexta geração do sedã vem com três modos de condução, faróis direcionais a laser, ajuste da opacidade do teto solar e a possibilidade de o motorista (ou patrão) escolher entre oito diferentes tipos de fragrância para perfumar a cabine.
Som da marca Bowers & Wilkins com 16 alto-falantes e 1.400 watts de potência, câmeras na dianteira e traseira, além de um dispositivo de realidade aumentada, que mostra no painel tudo o que acontece em volta do carro, num raio de 360° também fazem parte do pacote.