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Novo Shelby GT 500 chega perto da perfeição
Avaliação

Novo Shelby GT 500 chega perto da perfeição

Aceleramos o novo Ford Mustang Shelby GT 500 pelas estradas montanhosas da Califórnia, nos Estados Unidos, e o resultado foi muita diversão ao volante

Diego Ortiz, de Los Angeles

10 de dez, 2019 · 8 minutos de leitura.

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Shelby
Shelby GT 500
Crédito:Ford/Divulgação

Quando o Mustang voltou a ser Mustang, em 2005, após algumas gerações de estilo duvidoso, foi gostoso dirigir o carro, que mostrava carisma e potência. Mas baixa aderência em curvas, reforçando a mística de que muscle cars são bons apenas em linha reta. Agora, em 2019, com o Ford Mustang mais potente da história, o Shelby GT 500 mostra porque a Ford venceu a Ferrari em Le Mans em 1966. Há uma beleza ímpar, absurda potência de 770 cv e controle acima de tudo.

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Não há como falar de outra forma, mas o carro é um espetáculo, digno do legado de Carroll Shelby. O motor 5.2 V8 tem um compressor mecânico de 2,65 litros, que se junta aos oito "canecos" para gerar a potência já citada, aos 7.300 rpm, e um torque de 86,4 mkgf a 5 mil rpm. Na estrada sinuosa que leva a Buckhorn, na Califórnia, retas mais longas e curvas fechadas com retomadas podiam ser feitas em terceira marcha, tamanha a força do carro. E com ele grudado no chão, com um trabalho impecável da suspensão.

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O câmbio Tremec de dupla embreagem e sete velocidades alonga as marchas no ganho de velocidade e reduz elas - em 80 milésimos de segundo - em momentos que se precise elevar o giro, sempre buscando a performance máxima. E quando o motorista se empolga, e é impossível não se empolgar, freios Brembo com seis pistões e discos de 420 mm na dianteira e quatro pistões e 370 mm na traseira, com pinças de alumínio, fazem um ótimo serviço, mas com pouca assistência, deixando o controle para o motorista.

Há cinco modos de condução, que vão do Normal, passando pelo Sport e chegando ao Drag Strip, uma brincadeira com a faixa de pneu queimada durante a arrancada. O modo normal segura a barra do V8 e deixa disponível para o piloto “apenas” 466 cv e suspensão traseira independente com mais retorno de mola para passar em buracos. Ele não fica fraco neste modo, obviamente, mas claramente se torna menos arisco, o que ajudou muito no retorno com o carro para Los Angeles e seu trânsito interminável.


A potência toda só é liberada no Sport, mas ainda com algum controle eletrônico de estabilidade e tração. O que não acontece no Drag Stripe, que ainda abaixa a suspensão do carro, por meio dos amortecedores magnéticos, para dar mais pressão aerodinâmica. Há também um controle de largada, que só pode ser acionado 100 vezes e depois deve receber uma revisão. Mas este só está disponível nas versões com câmbio manual.

A direção com assistência elétrica é bastante precisa. Mas ,mesmo em velocidades altas, ela é pouco rígida. Então exige que o motorista se acostume antes de tentar bater seu próprio tempo. Os assentos com desenho esportivo têm uma proteção lateral bem grande e seguram o corpo do motorista em curvas mais rápidas. A posição de dirigir é perfeita, com volante e pedais bem centralizados. E, mesmo com a linha de cintura alta, a visão periférica não é afetada. A única coisa que não dá para ver mesmo é o fim do bico do carro, assim como em todo muscle car.


Com praticamente um carro de corrida nas mãos, a segurança também é importante. O Shelby GT 500 tem air bags frontais, laterais e de joelho para o motorista. E mais o Personal Safety System. Um sistema com uma série de sensores que analisam que tipo de impacto o carro vai receber e prepara o motorista para ele. E um outro aparato que chama o socorro em caso de batida mesmo que o motorista esteja consciente.

Interior do Shelby GT 500 também é caprichado

Assim como é o mais potente, este GT 500 também é o mais refinado de todos. A cobra naja, símbolo da Shelby, está em todos os lugares. Deixando para a Ford um logotipo apenas na parte de cima do para-brisa. Isso agrega charme, mas nem tanto quanto o painel todo digital de 12 polegadas do carro, que pode ser totalmente personalizável.




Mesmo que o motorista não mexa em nada, ao mudar os modos de condução, o painel se adequa ao que o motorista pretende. Deixando, por exemplo, um largo contador de giro como destaque no Sport.

O acabamento é todo em couro e alumínio. Com bancos, volante e outros detalhes em Alcantara como opcional. Bancos da Recaro ainda mais esportivos também estão disponíveis. O ar-condicionado tem duas zonas de climatização. Mas não é digital, e simula botões usados em aviões.


Na parte de entretenimento, há o Sync 3, com Waze incluído, rádio por satélite SiriusXM, duas portas USB inteligentes e sistema de som com nove alto-falantes. Como opcional, um equipamento da Bang and Olufsen com 12 alto-falantes e subwoofer no porta-malas. E navegação por GPS com comando de voz.

Já no visual, os destaques são rodas de 20 polegadas de alumínio escurecida - as de fibra de carbono são opcionais -, freios pintados de vermelho e um grande aerofólio. O símbolo da Shelby na grade, vai no lugar do da Ford.

Ficha técnica


Motor
5.2, V8, supercharger, gasolina
Potência
770 cv a 7.300 rpm
Torque
86,4 mkgf a 5.000 rpm
Câmbio
Automatizado de sete marchas
Peso
1.916 quilos
0 a 100 km/h
3,5 segundos

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