
Ezequiel Daray/Car News
A apenas 15 km de Colônia fica o centro de operações da Toyota para a Europa. Inclui uma fábrica de carros de passeio e a área onde foram desenhados e construídos os modelos com o qual a empresa competiu na Fórmula 1 – no mesmo espaço em que agora uma equipe trabalha no protótipo que disputará a 24 Horas de Le Mans, na França.
Foi lá onde avaliamos o novo RAV4, principal aposta da marca para o cada vez mais competitivo segmento de utilitários-esportivos. Trata-se da quarta geração do modelo que faz muito sucesso na América Latina e que tem como principal concorrente o CR-V, também recentemente renovado da conterrânea Honda.
O próximo RAV4 chegará ao País até o fim deste ano, importado do Japão. Virá em versões a gasolina. Como ficou maior e ganhou tecnologias, deverá custar mais que os R$ 119.350 da versão atual (de entrada, motor 2.4 a gasolina, tração 4×2, câmbio automático).
A unidade disponível para avaliação é a mesma que a Toyota Europa vem utilizando para fazer suas medições internas. O pessoal da empresa recomendou até um local para andarmos com o carro: um pequeno bosque nas imediações, onde havia trechos de terra, algo raro na Alemanha.
A primeira impressão é que o desenho do carro tomou um rumo “europeu-japonês”. Tudo nas linhas do RAV4 remete ao do Auris, versão hatch do Corolla que é oferecida na Europa, mas não no Brasil.
O novo utilitário-esportivo ganhou 13 centímetros no comprimento e 10 cm na distância entre os eixos em relação ao anterior. A altura diminuiu, mas a largura aumentou 3 cm. Com isso, o centro de gravidade está mais baixo, o que melhorou a estabilidade.
Ao volante, o RAV4 não passa a impressão de ter crescido muito. A maior parte do tamanho extra está no porta-malas, cuja capacidade de carga passou a 547 litros – sete a mais do que antes. A porta traseira agora se abre de baixo para cima, não mais lateralmente.
Avaliamos a versão a diesel, com câmbio manual de seis marchas, que não será vendida no Brasil. Essa transmissão, aliás, é fácil de manusear e agrada bastante.
O motor é 2.2 e a tração, 4×4. Para os puristas há um grande prazer: dá para ouvir na cabine o funcionamento do quatro-cilindros, algo raro em tempos de versões a diesel cada vez mais silenciosas.
A posição de dirigir é boa e a visibilidade, excelente. No interior, agradam os apliques de couro na parte de baixo do painel, mas o plástico usado na seção superior do volante poderia ser mais macio.
A primeira conclusão é que o novo RAV4 não é tão atraente por dentro e por fora quanto os rivais sul-coreanos, mas é um produto superior em eficiência e tecnologia, características que sempre foram prioridade para a Toyota.
Um dos pontos positivos é o funcionamento da suspensão. Silenciosa e suave, isola os ocupantes de tudo o que está ocorrendo debaixo do carro. Outro destaque é como o motor entrega o torque, de forma suave, progressiva e em grandes quantidades.