Os primeiros carros elétricos começaram a ser testados por volta de 1830 e já tinham uso prático 30 anos depois. Foram anteriores aos modelos com motor a combustão, que ganharam o mundo por causa da facilidade de reabastecimento e pressão econômica das petrolíferas, entre outros fatores. Com a pressão global para reduzir os níveis de emissões, os elétricos, enfim, começam a decolar.
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Esse tipo de tecnologia ainda “engatinha” no Brasil, mas os modelos movidos a eletricidade estão ganhando amplo espaço em outros países. É o caso de China (onde ter um elétrico custa menos), Japão e EUA, especialmente o Estado da Califórnia. Por aqui, há apenas um modelo 100% elétrico à venda, o BMW i3. Os outros “verdes” são híbridos (combinam motores a combustão e elétricos).
A implementação de rede de recarga é um dos principais desafios à consolidação do carro elétrico. Outro, ainda mais urgente, é a ampliação da autonomia das baterias. A tecnologia de íons de lítio está defasada.
Até o criador desse sistema, o físico americano John Goodenough, de 96 anos, trabalha em uma solução que utiliza um ânodo de sódio extraído da água do mar. “Logo, surgirá uma tecnologia tão revolucionária quanto foram as baterias de íons de lítio para dominar o mercado novamente”, diz.
Tempo de recarga é alto
Mesmo quando os carros elétricos tiverem mais autonomia, ainda haverá o problema do tempo de recarga. Várias marcas prometem lançar modelos capazes de rodar 500 km em breve. Em estações com tomadas potentes, recarregar 80% da capacidade das baterias requer pelo menos 30 minutos.
Por isso, especialistas do setor apostam na célula de combustível a hidrogênio, que utiliza o gás para criar uma eletrólise que gera eletricidade para as baterias. Esse tipo de carro poderia ser abastecido com etanol (como fonte de hidrogênio), por exemplo, em um posto convencional em minutos.
O entrave é o custo (por causa dos equipamentos usados no veículo e na forma de obtenção do hidrogênio). Nesse ponto, o Brasil pode se dar bem. Presidente da FCA América Latina, Antonio Filosa diz que o etanol tem a molécula mais fácil de se extrair hidrogênio do mercado. “Isso dá uma vantagem estratégica poderosa ao País no futuro”.
Com todas as etapas a serem vencidas, a popularização do elétrico pode levar pelo menos duas décadas.