Dois dos principais lançamentos deste ano no Brasil, Honda HR-V e Hyundai HB20 nunca tiveram muito em comum para além do fato de venderem bastante. Entretanto, com as recentes atualizações, esses dois sucessos de vendas agora estão mais próximos do que nunca. Não em relação aos preços, mas aos novos conteúdos de conectividade e segurança.
Ambos ganharam recentemente recursos de última geração do sistema ADAS de condução semiautônoma. Ou seja, tanto Honda HR-V quanto Hyundai HB20 passam a contar com recursos como assistente de permanência e manutenção de faixa, e frenagem automática de emergência com detecção de ciclistas e pedestres, por exemplo.
No caso do novo HB20, tais recursos estão presentes só na versão topo de linha Platinum Plus, que conta com outros recursos. O pacote chega a ser superior ao do próprio HR-V, uma vez que reúne funções ausentes no SUV da Honda, como alertas de ponto cego nos espelhos retrovisores e de saída segura, que avisa se vem outro veículo ao desembarcar.
Contudo, no novo HR-V os recursos semiautônomos são de série em todas as versões. Além disso, o SUV conta com o sistema Lanewatch, que mostra imagens de câmera lateral direita na tela do painel, e o controle de cruzeiro adaptativo, que controla acelerador, freio e distância do veículo à frente. Uma novidade é a função Stop&Go, que acompanha o trânsito.
A Honda chama o pacote de Sensing, enquanto a Hyundai batizou de Smart Sense. Os nomes indicam essa capacidade dos veículos de monitorar a área frontal e a pista. Em ambos, a leitura é feita por uma câmera no alto do para-brisas, à frente do retrovisor. O dispositivo, por sinal, também controla o farol alto automático, presente nos dois modelos.
Mais tecnológicos e mais caros
O efeito prático da adoção desses sistemas é evidentemente o preço. Tanto HR-V quanto HB20 estão bem mais caros que nas gerações anteriores. Apesar do valor inicial na faixa de R$ 70 mil, o hatch da Hyundai agora alcança R$ 115 mil na versão que vem com o Smart Sense. Já o Honda, que trocou de geração, tem tabela a partir de R$ 142 mil.
Dessa forma, nos dois casos, os valores acompanham a evolução tecnológica. E incluem outros benefícios. Por exemplo, os novos HR-V e HB20 saem de fábrica sempre com seis airbags – duplos frontais, laterais e do tipo cortina, que cobre a área de janelas das quatro portas e, portanto, protege os passageiros que vão no banco de trás.
Multimídias de 8″ conectadas
Outro ponto em comum entre esses dois campeões de vendas é o fato de virem de série com os controles eletrônicos de estabilidade e de tração, assim como com o assistente de arranque em subidas. E tem mais, HB20 e HR-V trazem pacotes de equipamentos modernos, com destaque para os sistemas de conectividade a bordo.
Ambos contam com centrais multimídia de 8 polegadas com espelhamento sem fio com celulares Android e Apple. Dessa forma, facilitam a vida a bordo e dispensam o uso de cabos. No HB20 Platinum Plus, há carregador sem fio para smartphones. Já no Honda HR-V, esse equipamento está disponível só nas versões mais caras Advance e Touring.
Por falar em conectividade, a Hyundai já oferece na linha HB20 um chip de internet em parceria com a operadora Vivo. Ou seja, a multimídia é conectada e permite ver dados em tempo real pelo aplicativo no smartphone, bem como dar comandos remotos à distância. No HR-V, o serviço myHonda Connect também incluí serviços parecidos, como o de SOS, que permite acionar a central da montadora e pedir ajuda em caso de acidente.
Até as lanternas são interligadas
A despeito de pertencerem a diferentes categorias (hatch e SUV), Deu para ver que HB20 e HR-V oferecem muitos conteúdos semelhantes. Para não ficar só nos equipamentos, agora os modelos têm até as lanternas com estilo parecido. Em ambos, o conjunto óptico é interligado por uma barra que divide a tampa traseira. Porém, no Honda, a parte central também é iluminada, enquanto o Hyundai, por questões de custo, traz apenas um refletor.
Em tempo: Hyundai HB20 e Honda HR-V estão entre os modelos mais vendidos do País no varejo. Ou seja, são os mais procurados por pessoas físicas nas concessionárias, enquanto alguns rivais têm números encorpados pelas vendas diretas para empresas e frotistas, como locadoras. Um indicador de que o público brasileiro é receptivo às novas tecnologias. E de que as duas marcas asiáticas estão fazendo essa mesma leitura do nosso mercado.