Jaime Matsui, que assumiu a presidência da entidade no biênio 2010/2012
Eleito presidente da Abraciclo para o biênio 2010/2012, Jaime Matsui tem um grande desafio pela frente. O executivo, que além de presidir a associação de fabricantes é diretor da área de Relações Institucionais da Yamaha, assume em momento em que as vendas de motos estão patinando. Matsui concedeu a seguinte entrevista exclusiva ao JC:
Qual é o maior problema no setor atualmente?
São muitas as questões que envolvem a entidade, e o grande desafio é apresentar sugestões e soluções que auxiliem os veículos de duas rodas a colaborar de forma cada vez mais integrada ao sistema nacional de transportes.
As regras do PPB criaram algumas distorções. Dafra e Kasinski, por exemplo, produzem motonetas completas (partida elétrica, freio a disco, marcador de gasolina e rodas de liga) com preço igual ao da Honda Pop, que não tem esses itens. O PPB não deveria ser mais rígido?
A regra foi amplamente discutida por todas as associadas e pelos representantes da Suframa e há prazos de ajustes que ainda estão sendo cumpridos. Por isso é preciso aguardar sua plena aplicação antes de adotar uma opinião. Não devemos analisar os casos particulares das associadas, mas o setor como um todo. Assim, com relação aos preços praticados, cada empresa os gerencia da forma que considera mais adequada. Nossa missão só objetiva o setor como um todo. Quanto a eventuais ajustes nas regras, a Abraciclo seguirá o consenso das associadas, após discussões técnicas no âmbito de suas comissões internas.
Há associadas que não fornecem dados de produção e vendas no atacado. Isso é ruim para a Abraciclo. A entidade tem conversado com essas marcas para que passem a agir com mais transparência?
A entidade publica as informações fornecidas pelas associadas, o que vem possibilitando a apresentação de resultados concretos e reais do setor.
Há espaço para mais fábricas, como as que montam motos com peças chinesas e só nacionalizam apenas detalhes?
A legislação brasileira para a instalação de um processo de fabricação é clara e o governo toma as atitudes necessárias para que as regras sejam cumpridas. Com relação à procedência das peças, por si só isso não é evidência de qualidade ou falta dela, mas as fábricas têm de zelar pelo seu bom desempenho e durabilidade. A Abraciclo entende que o espaço para novas empresas deve ser preservado, mas a atenção com a qualidade e segurança sempre tem de ser posta em evidência e fiscalizada. (Mário Curcio)
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