Os planos da Citroën para o País

Em entrevista ao Jornal do Carro, o diretor-geral Mundial da Citroën, Frédéric Banzet, fala sobre o Aircross, as particularidades do mercado brasileiro e as perspectivas da empresa para o Brasil até 2020

Por 30 de ago, 2010 · 5m de leitura.

Foto: Marcos De Paula/AE
Lanament

Bamzet, durante a apresentação do Citroën C3 Aircross, no Rio de Janeiro

Michel Escanhola


Em outubro do ano passado, quando tinha acabado de assumir o posto de diretor-geral Mundial da Citroën, Frédéric Banzet veio ao Brasil especialmente para anunciar que o DS3 seria vendido aqui em breve. Quase um ano depois, o principal executivo da marca retornou ao País, mas o DS3 ainda não chegou. Banzet esteve no Rio de Janeiro na semana passada para o lançamento do C3 Aircross. Este sim chegará às lojas em breve, mais precisamente na segunda quinzena de setembro. O executivo francês concedeu a seguinte entrevista ao Jornal do Carro:
O C3 Aircross passou por adaptações especialmente para o mercado brasileiro. Mas ele será exportado, certo? Então como ficam essas mudanças?
Ele será vendido em toda a América Latina e atenderá as particularidades de cada mercado. Mas não há a previsão de exportar o Aircross para a Europa, por exemplo.

O que aconteceu com o DS3, que chegaria “em breve”?
Eu disse que o carro seria vendido aqui e será. O que atrasou nosso cronograma foi a questão da gasolina brasileira, que tem álcool misturado. Resta apenas a homologação do produto, o que deve ocorrer em, no máximo, um ano. Existem carros que podem ser vendidos no mundo inteiro. E o DS3 é um deles.

A Citroën sempre deixou claro que não pretende atuar em segmentos “populares” no Brasil. Com o crescimento do mercado, essa postura será mantida?
Sim. Continuamos sem planos para esse segmento. Temos de ter coerência com a proposta da marca, com o conceito Creative Technology (tecnologia criativa, em português).


Qual é a meta da Citroën para o Brasil nos próximos anos?
A marca vem crescendo constantemente. Este semestre, por exemplo, aumentamos nossas vendas em 14%. Para os próximos dez anos queremos crescer 180%, passando das 69.300 unidades de 2009 para 195 mil em 2020, o que daria uma participação de mercado de cerca de 3,5%.

Em março, o presidente do mundial do Grupo Renault-Nissan, Carlos Ghosn, esteve no Brasil e disse que era inadmissível as duas marcas terem menos de 10% do mercado nacional. O senhor projeta 3,5% para daqui a dez anos. Não é pouco?
Não. E outra: a meta não é ter volume, mas rentabilidade. Seria imprudente fazermos previsões muito grandes para daqui a uma década. Com quase 4% do mercado, a marca terá uma visibilidade muito boa e para manter isso é necessário uma série de ações, como aumentar a rede de concessionárias e treinar funcionários.

Atualmente a Citroën do Brasil é lucrativa?
Sim.


Mas se volume não é importante, como o senhor explica a participação da Hyundai, que produz apenas um modelo no Brasil, ser maior que a da Citroën?
Não costumo comentar o que a concorrência faz porque já me ocupo bastante me preocupando com a Citroën.