Depois de um 2016 que foi tenebroso para a economia como um todo, os números do setor automotivo vêm descrevendo há alguns meses uma trajetória de melhora. A Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automores (Anfavea) apresentou hoje os números de outubro de 2017 e o saldo foi alentador: foi o segundo melhor mês do ano em licenciamentos e o melhor mês de outubro desde 2014.
O total de licenciamentos do mês foi de 202.857 unidades. A alta foi de apenas 1,8% ante setembro, mas de 27,6% quando o parâmetro passa a ser outubro do ano passado. No acumulado de janeiro a outubro de 2017, foram emplacadas 1.667.832 unidades – 9,3% a mais que no mesmo período de 2016.
Nas exportações, que somaram 61.554 veículos, o salto foi maior: de 2,5% sobre setembro e de 66,6% sobre outubro de 2016. O acumulado dos primeiros dez meses somou 627,8 mil unidades, variação positiva de 56,7% ante o mesmo período do ano anterior, perfazendo o montante de US$ 12 bilhões (52,9% maior que o valor alcançado de janeiro a outubro de 2016).
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“Nós conseguimos exportar mais de 60 mil unidades mensais em quase todos os meses de 2017. Desse jeito, vamos atingir nossa projeção de fechar o ano com 745 mil unidades exportadas”, comemorou o presidente da entidade, Antonio Megale.
A produção de automóveis foi de 249,9 mil exemplares, elevação de 5,3% sobre setembro e 42,2% sobre outubro de 2016. “A base de comparação, com 2016, era muito ruim. Prevemos fechar o ano com 2,7 milhões de unidades fabricadas. É o primeiro passo para voltar a produzir mais de 3 milhões ao ano”, comentou Megale.
Outro indicador animador diz respeito ao nível de emprego no setor automotivo, que cresceu 0,3% ante setembro, com a geração de 432 novas vagas – trata-se do primeiro mês do ano que registrou variação positiva. “Além das novas vagas, o número de funcionários afastados em layoff caiu muito. Era de 38.700 em março de 2016 e fechou outubro em apenas 3.528”, disse Megale. “Ninguém quer pagar funcionário para que ele fique em casa, mas sim para que produza.”
A Anfavea projeta que 2017 terminará com licenciamentos de 2,2 milhões de unidades (alta de 7,3% sobre 2016), produção de 2,7 milhões de exemplares (elevação de 25,2%) e exportação de 745 mil veículos (aumento de 43,3%).
Razões. Para Megale, essa recuperação dos números é o resultado da combinação de dois fatores: maior confiança do consumidor e aumento da oferta de crédito.
“O consumidor, que andava preocupado, voltou a fazer planos. Com maior segurança no emprego, as pessoas estão voltando a comprar. A liberação do saldo do FGTS também ajudou”, explica o presidente da Anfavea.
“Além disso, com a queda na taxa de juros, os bancos precisaram buscar outras formas de ter lucro e com isso passaram a oferecer financiamentos com mais apetite e boa vontade, sem o medo da inadimplência elevada que se verificou no passado”, concluiu.
