Painel: do analógico ao digital

Cada vez mais fabricantes adotam telas configuráveis no painel de veículos

Por 03 de set, 2014 · 5m de leitura.
No Classe S, Mercedes-Benz trocou instrumentos analógicos por monitor que pode ser configurado

Foi-se o tempo em que painéis digitais serviam somente para dar um ar moderno à cabine de carros já antigos e exibiam, principalmente, dados de velocidade e rotação do motor. Com o aumento da tecnologia embarcada, esses dispositivos vêm ficando cada vez mais sofisticados e complexos.

Os novos recursos tornaram necessária a exibição de muito mais dados do que as tradicionais velocidade, temperatura da água e pressão do óleo. Por isso, fabricantes como Jaguar Land Rover e Mercedes-Benz eliminaram em seus carros topo de linha mostradores analógicos e os substituíram por telas de cristal líquido.


Entre os modelos que trazem essa tecnologia estão os Land Rover Range Rover Vogue e Sport, o Jaguar XJ e o Mercedes Classe S. Seus painéis têm até simulação de mostradores comuns, mas são totalmente digitais. “Isso torna a comunicação entre carro e motorista bem mais eficiente”, diz o gerente de produto da Jaguar Land Rover, Marcos Saade. A Audi também aboliu os ponteiros no novo TT e a Volkswagen já instalou o sistema nas versões de topo da nova geração do Passat.

Já há também modelos mais em conta com painéis parcialmente digitais e configuráveis. É o caso do Ford Fusion, em que apenas o velocímetro é analógico e ladeado por duas telinhas coloridas que mostram conta-giros, nível do combustível, temperatura do motor ou detalhes do sistema de som e navegador GPS.

Na versão híbrida do sedã Ford, o painel ainda exibe a carga das baterias e muda de cor para alertar o motorista sobre seu modo de condução. “O painel de instrumentos auxilia o motorista a extrair o máximo da tecnologia sob o capô”, explica o engenheiro de veículos da Ford Klaus Mello.


Há ainda alternativas mais simples, como os monitores centrais de modelos como o novo Jeep Cherokee, que chega ao Brasil ainda neste mês. A telinha de 7’’ mostra informações do sistema de tração 4X4 e da tecnologia que mede pressão dos pneus.

Carros dos anos 80 e 90 deram início à evolução

Em versões menos repletas de tecnologia, os painéis digitais já equiparam alguns modelos brasileiros em décadas anteriores. Entre os exemplos, estão as versões de topo dos Chevrolet Kadett, Monza e Omega. O quadro representava uma grande inovação tecnológica no final dos anos 80 e início dos 90.


Porém, eles eram mais estéticos do que funcionais, já que mostravam as mesmas informações do painel analógico, apenas com uma “roupagem” diferente do comum até então.