LEANDRO ALVARES
LUÍS FELIPE FIGUEIREDO
A chegada do Fluence aposentou o sedã Mégane, mas a Renault manteve em produção a perua Grand Tour, que foi reposicionada e tem hoje apenas uma versão (Dynamique, com motor 1.6 16V flexível de até 115 cv), por R$ 49.590. Representante de um nicho esvaziado de concorrentes – o das peruas médias -, ela passou a brigar com as pequenas. É um caso de produto superior com preço de categoria inferior, com forte apelo à relação custo-benefício.
Nessa condição ela faz frente à Fiat Palio Adventure (R$ 54.850), versão aventureira da líder das peruas compactas e a mais vendida de sua linha, respondendo por 56% do total de 9.555 unidades emplacadas de janeiro a maio, conforme a Fenabrave, federação que reúne as associações de concessionárias. No período, a Grand Tour teve 2.787 exemplares comercializados.
Apesar de ficar para trás entre os zero-km, a Renault tem boa revenda (leia mais na página ao lado). Conforme os concessionários ouvidos, é reflexo de haver poucas unidades em estoque. Isso faz com que a procura pela usada mantenha-se aquecida.
No dia a dia a Palio Adventure agrada mais. Sua suspensão mais alta é melhor companheira para enfrentar pisos irregulares, os retrovisores externos proporcionam boa visibilidade e, principalmente, seu motor 1.8 16V tem 17 cv a mais que o 1.6 16V da Renault. Isso lhe dá desempenho notadamente superior em altos regimes e retomadas.
A perua Renault é morna, bem familiar. O isolamento do habitáculo é melhor e a suspensão, mais macia. E, por ser maior – a diferença no entre-eixos é de 22 centímetros -, a Mégane oferece mais qualidade de vida na cabine. Mesmo em aspectos que não dependem de tamanho, como o conforto dos bancos, ela supera a Palio Adventure.
Na hora da revenda, as peruas são bem aceitas nas concessionárias – tanto nas da Renault quanto nas da Fiat. Levamos os dois modelos às autorizadas dessas marcas para cotar seus preços. De acordo com os lojistas ouvidos pela reportagem, eles não costumam ficar por muito tempo nos pátios.
A desvalorização de preço é mais significativa para a Palio Adventure. Na Fiat Amazonas (3674-1000) da zona norte, obtivemos R$ 45 mil pelo modelo 2011 – quase R$ 10 mil abaixo da tabela do zero-km. A Renault Max Motors (3674-000), também na zona norte, ofereceu R$ 43 mil. Tabelada a R$ 49.590, a Renault Grand Tour nova é oferecida nas autorizadas da marca com pequeno desconto. Na AR Motors (5683-8100), na zona sul, um exemplar 2011 sai por R$ 49.500.
Para a Grand Tour avaliada, modelo 2011 com pouco mais de 2 mil quilômetros, a loja ofereceu R$ 42 mil, mas na base da troca. Na Fiat Itavema (3054-3000), zona sul, ofertaram R$ 40 mil. O futuro da Mégane Grand Tour tem discursos diferentes na fábrica e no mercado. Em algumas concessionárias, a informação é que a perua está saindo de linha e é vendida só por encomenda. Mas de acordo com a Renault, não há data para o fim de sua produção no Brasil.
Bem equipadas
Além das virtudes mecânicas, o que contribui para a fácil revenda das peruas é o bom pacote de itens de série que oferecem. Ambas saem de fábrica com ar-condicionado, direção assistida e computador de bordo, além de duplo airbag e freios ABS, entre outros itens. O sistema de som, com toca-CDs e leitor de MP3, é opcional de R$ 975 no Fiat e item de série no Renault.
As cores metálicas são cobradas nos dois modelos: R$ 950 na Grand Tour e R$ 1.040 na Adventure, que tem mais opções.
Quando comparado com o interior da Palio, o da Grand Tour até tem uma certa modernidade. A cabine da perua Fiat é basicamente a mesma há sete anos – só teve acrescentados os mostradores no centro do painel, que estão na versão aventureira.