LUÍS FELIPE FIGUEIREDO
Resultado da mistura de carrocerias diferentes, o Peugeot 3008 chega ao País importado da França combinando características de peruas, minivans e utilitários-esportivos. Um de seus principais rivais aqui é o mexicano Dodge Journey, que também alia conforto e funcionalidades a bordo a bom espaço e desempenho agradável. Neste confronto entre as versões de entrada do dois crossovers, que têm tabelas idênticas (a partir de R$ 79.900), o Peugeot se saiu melhor por cumprir com mais eficiência o papel a que se destina – ser um modelo voltado às famílias.
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O Journey SE vem de Toluca e o 3008 Allure, de Sochaux. Um dos destaques do francês é o conjunto de motor e transmissão, bem superior ao que equipa o Journey. Feito pela BMW, seu propulsor 1.6 turbo a gasolina produz 156 cv e lhe confere desempenho muito agradável. Combinado à caixa automática de seis marchas, com opção de acionamento sequencial e modos esportivo e de piso escorregadio, fica perfeito para o carro.
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O Dodge traz um V6 2.7 a gasolina de 185 cv. Apesar de ser maior e mais potente, é menos arisco que o do Peugeot. Isso é resultado de uma das diferenças entre os dois carros: o tamanho. O Journey é 52 cm mais comprido (4,88 metros ante 4,36 metros) e tem 27 cm a mais de entre-eixos (2,89 metros ante 2,61 metros). Por ser maior, ele também é mais pesado. São 1.940 quilos, ante 1.480 quilos do Peugeot. Isso lhe dá relação peso-potência de 10,70 kg/cv (a do 3008 é melhor, de 9,48 kg/cv).
O Journey é um tanto letárgico. Suas respostas são lentas tanto em acelerações quanto em mudanças de direção. O 3008 mostra desenvoltura próxima à de hatches – ele deriva do 308. Além de acelerar rápido, é ágil no trânsito urbano e na estrada (mérito também do câmbio) e tem direção mais esperta.
Outro ponto positivo é sua suspensão traseira, que apesar de ser por eixo de torção – usa geometria mais simples que a do rival, que tem conjunto independente nas quatro rodas -, conta com sistema de controle de inclinação da carroceria. Um tipo de terceiro amortecedor colocado na transversal faz a ligação hidráulica entre os amortecedores normais para equilibrar o carro em curvas.
Por outro lado a suspensão do Dodge é bem menos barulhenta que a do rival. Como ponto negativo ele inclina demais em curvas. O Peugeot as contorna com estabilidade de dar inveja a carros menores e mais baixos. A posição de dirigir é boa nos dois modelos, com destaque para a visibilidade no 3008. Ponto para a grande área envidraçada e os retrovisores, que são bem maiores.
Enquanto o Journey agrada às famílias por ter maior espaço a bordo e bancos macios, o 3008 o faz pelas comodidades que oferece. Entre os destaques há ar-condicionado digital com duas zonas e saída para o banco de trás, assoalho plano com dois porta-objetos e sistema modular do porta-malas, com prateleira móvel que pode ser ajustada em três níveis. Outra praticidade é a tampa do compartimento, que abre em duas seções.
O Journey conta com bom sistema de rebatimento dos bancos, porta-objetos espalhados no interior (assoalho, inclusive) e porta-malas maior. São 758 litros de capacidade até o teto (o do Peugeot tem 492 litros). O 3008 rebate com o melhor acabamento. Apesar disso, tem o interior pouco mais ruidoso. No Journey há bastante plástico, mas o silêncio a bordo é maior.
O Peugeot traz recursos como um mostrador digital à frente do motorista, onde é projetada a velocidade do veículo, e o freio de estacionamento elétrico.