
Lançado no Brasil em 2011, o RCZ nunca foi comum nas ruas do Brasil. Agora que recebeu retoques na dianteira e ficou mais caro (a tabela subiu R$ 4 mil e parte de R$ 132.990), o Peugeot deve ficar ainda mais raro. O cupê fabricado na Áustria comprova que um bom conjunto mecânico só ajuda se for condizente com a proposta do carro.
O 3008, por exemplo, tem tudo para ser ruim de guiar, por ser mais pesado que um carro comum ter centro de gravidade alto. Porém, ele excede as expectativas e é uma grata surpresa. Coloque o mesmo motor 1.6 turbo, de 165 cv, e o câmbio de seis marchas sob o capô de um modelo baixo, largo e mal encarado, que promete alto desempenho. Se ele não vem, como ocorre com o RCZ, o resultado é frustração.
A promessa é desfeita logo na primeira acelerada. O câmbio é ótimo e o motor, também, mas eles não se falam. O intérprete, o software de gerenciamento do câmbio, não ajuda na comunicação. Quando o pé direito pede giro alto, a transmissão hesita. Quando ele entende a ordem, já é tarde. Depois de três tentativas, fica fácil implicar com câmbio e classificar de pecado mortal este carro ser automático.
DETALHES
Resignado, o motorista passa a prestar atenção a outros detalhes, como às costuras do painel revestido de couro que refletem no para-brisa. Ou ao fato de o volante, mesmo puxado ao máximo para trás, ainda ficar distante das mãos do motorista mais alto. É preciso puxar o banco mais para a frente, o que arqueia as pernas e tira apoio das coxas.
Só a suspensão leva a esportividade a sério. Chega a ser dura com relação a isso e ao piso. Evite ruas até relativamente onduladas. O carro sofre. E você também. O porta-malas, de 321 litros, acomodaria muitas malas se não fosse o estepe, com roda de liga leve, que ocupa boa parte deste espaço.
Se seu objetivo for ter um carro que chame muito a atenção, o RCZ cumprirá a tarefa com louvor. Se for levar um esportivo para a garagem, pesquise mais. Não é este Peugeot que vai atender seus desejos.