Pininfarina negocia entrada no Brasil

São Paulo deve ser a sede de uma futura operação do grupo Pininfarina no País. Responsável pelo design de 80 modelos da Ferrari, o grupo italiano quer projetar no Brasil produtos industriais e interiores de barcos e prédios

Por 21 de out, 2011 · 4m de leitura.
Marcelo Godoy
Rodrigo Brancatelli

São Paulo deve ser a sede de uma futura operação do grupo Pininfarina no País. Responsável pelo design de 80 modelos da Ferrari – uma lendária parceria que completa 60 anos em 2012 – e de carros como a Alfa Romeo Duetto e o Peugeot 406, o grupo italiano quer projetar no Brasil produtos industriais e interiores de barcos e prédios.

O objetivo é seguir o exemplo da parceria feita com o estaleiro Schaefer, de Santa Catarina, que resultou na construção da lancha 620 – R$ 5 milhões a unidade -, lançada pelo presidente do grupo, o engenheiro Paolo Pininfarina, nesta semana em São Paulo.

“É de São Paulo que deve partir o coração da Pininfarina, em uma eventual operação no Brasil”, afirmou ao Estado. O presidente do grupo não fala em números ou parceiros. “Não quero entrar em detalhes, porque me parece prematuro.Mas, se devo pensar que um dia terei de fazer um hotel Pininfarina, é muito mais provável que o faça em São Paulo do que em Berlim. Porque as coisas que eu vejo aqui me agradam, porque aqui, de certo modo, existe uma história que tem raízes italianas.”

O grupo dirigido pelo engenheiro – 400 funcionários e faturamento anual de A 60 milhões, dos quais A 25 milhões fora da Itália – aposta em parcerias nos mercados emergentes para se recuperar do impacto da crise na Europa. É aí que o Brasil entra.


Desde 2008, a empresa de Turim se desfez de três linhas de montagem de automóveis. Cedeu uma delas à De Tomaso e fechou outras duas – a última delas, a de San Giorgio, foi fechada há dez dias, com a demissão de 127 funcionários. Só a sociedade com o grupo francês Bolloré continuará, para a produção do Bluecar, o carro elétrico da marca.

Se no passado a aposta da empresa foi na montagem, agora ela investe na “construção de marcas” de países emergentes. Foi isso que levou o “design italiano” para o J6, da JAC Motors, oferecido aos consumidores brasileiros. Vender o desenvolvimento de marcas, para ele, é usar o modelo que a liga até hoje à Ferrari. E é com sua principal joia que a Pininfarina tenta reconquistar espaço no mercado.