Os visitantes do Salão do Automóvel, que terminou no domingo, puderam ver uma nova tendência entre os carros expostos: a carroceria pintada de duas cores. Era o caso, por exemplo, do maior destaque da Renault, o utilitário-esportivo Captur. “Eles vieram para ficar”, aposta o diretor de marketing da empresa, Bruno Hohmann.
“Essa tendência começou com a onda de tuning (personalização)”, diz. De acordo com Hohmann, na Europa o Captur com acabamento de duas cores representa 75% das vendas, e ele estima que no Brasil a relação deverá ser a mesma. “O modelo foi pensado para ser ‘bitom’”, garante. “Das 13 combinações de pintura, nove são de duas cores.”
Continua depois do anúncioAlém de representar uma quebra na monotonia dos carros monocromáticos, a tendência tem outra explicação. No lançamento do Jeep Compass, em setembro, o diretor de design da FCA no Brasil, Peter Fassbender, disse que o teto preto (ele se referia ao acabamento da versão Limited) dava a impressão de que o carro era mais baixo do que a realidade, especialmente quando visto de lado. Não por acaso, a maioria dos modelos do Salão era de utilitários-esportivos.
Entre os modelos desse segmento que aderiram à tendência no Salão estavam o Peugeot 3008, o chinês Tiggo 2, Nissan Kicks e Suzuki Vitara e S-Cross. Além deles, veículos de outras categorias também usaram o visual bicolor, caso do Suzuki Swift Sport e do conceito March Midnight Edition.
Um dos pioneiros modernos da tendência é o Land Rover Range Rover Evoque, que faz muito sucesso com teto de uma cor e restante da carroceria de outra. Muito antes dele, porém, a Kombi teve uma versão conhecida como “saia e blusa”. Era uma menção ao fato de que a parte superior (blusa) tinha uma cor, enquanto a saia (seção de baixo) era de outra.