TIÃO OLIVEIRA
“A gente ainda precisa fazer uns ajustes no freio. Então, antes de chegar às curvas dá uma ‘cutucada’ pra ver se está tudo certo.” Após ouvir a recomendação do piloto Giuliano Losacco, arrancamos para uma série de voltas no Autódromo de Interlagos em um dos carros da equipe Pater Racing que participará do Trofeo Linea neste fim de semana. A prova faz parte do Racing Festival.
Do sedã feito em Betim (MG) para andar nas ruas, o de corrida manteve intacta apenas a carroceria. As forrações foram retiradas, assim como os bancos dos passageiros. O interior recebeu uma estrutura tubular para proteger o piloto em caso de acidente. O resultado é que o peso total foi reduzido de 1.305 quilos para 1.020 quilos no sedã de pista.
O motor 1.4 turbo a gasolina importado da Itália foi convertido para álcool e recebeu ajustes que aumentaram (e muito) sua potência – de 152 cv para 210 cv. O fôlego extra, aliado ao baixo peso e ao câmbio automatizado de seis marchas, faz com que o Linea chegue aos 230 km/h (são 203 km/h no carro “de rua”).
Antes de arrancar é preciso esperar o motor esquentar. Quando a luz azul na moldura do painel apaga, é sinal de que o Fiat está pronto para acelerar.
Já na pista, as acelerações são vigorosas, mas não chegam a assustar como o assobio dos freios, que invade a cabine e quase se sobrepõe ao ronco seco que sai do escapamento. Ao atacar a segunda curva, a punição por não seguir a dica de Losacco foi a perda total do controle do carro, que resultou em uma rodada de quase 360° na pista.
Além do desconforto causado pelo cinto de cinco pontos, que praticamente imobiliza o piloto, trocar as marchas também não é tarefa fácil. Uma haste à direita do volante faz as vezes de alavanca e deve ser acionada com vigor. Ao empurrá-la as marchas vão “subindo”. Para reduzir é preciso puxá-la com força.
Agradecimentos: Pater Racing, SP Turis, Autódromo de Interlagos e Centro de Pilotagem Roberto Manzini