TEXTO: LEANDRO ALVARES
FOTO: PIRELLI/DIVULGAÇÃO
O segmento de pneus “verdes” tem duas estreias no Brasil: as linhas Green Performance, da Pirelli, e ContiPowerContact, da Continental. Além de novos desenhos na banda de rodagem, eles trazem na composição materiais não derivados de petróleo.
“Utilizamos 30% de sílica (derivado da areia) nas famílias Cinturato P1 (carros de entrada) e P7 (média e alta potência) e Scorpion Verde (picapes) para fazer o pneu rodar com temperaturas menores”, afirma o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Pirelli, Roberto Falkenstein.
Segundo informações da fabricante, a redução do calor gerado na banda de rodagem possibilita economia média de 6% no consumo de combustível. “Reduzimos também a emissão de CO2, pois a resistência à rodagem é menor. O carro desliza mais fácil.”
O pneu “verde” da Pirelli tem a mesma durabilidade dos convencionais. “Eles aguentam, em média, 60 mil quilômetros”, diz Falkenstein. Os preços, de acordo com dados da empresa, serão 3,5% mais altos que os equivalentes sem nova tecnologia.
Já o ContiPowerContact, para carros de passeio, utiliza, além de sílica, cadeias longas e curtas de polímeros, que são ativadas de acordo com a temperatura da borracha.
Quando o composto esquenta, os polímeros de cadeia curta permitem reduzir o calor, o que melhora o desempenho em aceleração e frenagens. Por outro lado, quando estão frios, os pneus trabalham com as cadeias longas, que reduzem a resistência ao rolamento. Isso permite reduzir o consumo de combustível e aumentar a durabilidade em cerca de 15%, de acordo com a fabricante.
Mais leves
A Michelin promete para os próximos anos a chegada da quinta geração da linha Energy. Como as demais empresas, a francesa utiliza 30% de sílica na construção de seus pneus. O diferencial está na massa do produto.
“Trabalhamos para reduzir ao máximo o peso do componente. Quanto mais leve, menor é o índice de derivados de petróleo e, consequentemente, menos CO2 será emitido”, afirma o gerente de marketing e produto da fabricante, Renato Silva.
De acordo com ele, os compostos leves diminuem ainda mais o consumo de combustível. Também são mais duráveis que os “comuns”.