Poder feminino

Por 27 de mar, 2013 · 5m de leitura.

Diego Ortiz

Tradicionalmente dominado pelos homens, o universo automotivo está cada vez mais ganhando participação das mulheres. No Brasil, elas já respondem pela compra de 45% dos carros novos e exercem influência em cerca de 40% das tomadas de decisões feitas pelos maridos, namorados e irmãos, de acordo com pesquisas de Volkswagen e Citroën. Com cerca de 70% das vendas totais sob sua chancela, restou aos homens apenas concordar.

A consolidação da participação feminina no mercado de trabalho e a ascensão delas a cargos de chefia colaboram para a alta desses números. Seja pela decisão declarada ou subjetiva das montadoras, alguns modelos são mais queridos. Os que mais fazem os olhos femininos brilharem são os utilitários-esportivos. Os “fofinhos”, como Fiat 500 e Citroën C3, também são sucesso – mais com as solteiras.


Segundo a diretora de marketing da Citroën do Brasil, Nivea Ferradosa, esses modelos “dão vazão ao estilo moderno e contemporâneo da mulher e ao mesmo tempo têm quesitos técnicos que as agradam.”

Na opinião do gerente de marketing de produto da Volkswagen, Henrique Sampaio, as mulheres não querem carros que sejam “femininos”. Ele afirma que a escolha delas é sempre por modelos que “os homens também usariam”, mas com diferenciais para atender às suas demandas.

O executivo cita como exemplo o Fox, carro bastante elogiado pelas consumidoras. “Quando o modelo foi lançado, não tínhamos essa pretensão. Mas agora pensamos em itens como ganchos para pendurar bolsas e maçanetas que não estraguem as unhas delas.” Sampaio diz que esses detalhes não fazem do Fox um carro feminino, mas atendem esse público.


Luana Vasconcelos, dona de um Volkswagen CrossFox, concorda. “Gosto do modelo por ele ser um pouco mais alto que os carros convencionais e pelos seus itens de série.”

A indisfarçável preferência pelos jipes e utilitários-esportivos tem um motivo claro: sensação de segurança. Como são carros relativamente maiores e mais altos que sedãs e hatches, por exemplo, elas se sentem mais protegidas a bordo.

Para a psicóloga Márcia Fonseca, a escolha deste tipo de veículo por mães é praticamente instintiva. “É a fêmea protegendo o filhote de predadores em uma toca confortável, segura e que acelera forte”, brinca.


A advogada Nara Pongitor se enquadra nesse perfil. Ela tem um Fiat 500 para rodar no dia a dia e um Hyundai Santa Fe para viajar e passear com as duas enteadas nos fins de semana. “Não dá para ficar com o Santa Fe nos engarrafamentos, mas para viajar seu motorzão e espaço são perfeitos.”