Ainda é cedo para comemorar, mas a poluição no Estado de São Paulo tem diminuído ao longo dos últimos anos. Dados da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) demonstram que o nível dos gases poluentes tem caído. Para se ter uma ideia, nos últimos 12 anos a emissão de monóxido de carbono (CO) caiu pela metade.
De acordo com o gerente do setor de emissões veiculares do órgão, Marcelo Pereira Bales, a redução gradual pode ser creditada ao Proconve, programa instituído nos anos 80 para controlar as emissões veiculares.
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Naquela época, os automóveis ainda utilizavam carburador. Atualmente o programa está na sexta fase, chamada de L6. A cada etapa, os limites de emissão foram sendo restringidos, o que exigiu a introdução de motores mais modernos. Segundo o órgão ambiental, fatores como renovação gradual da frota de automóveis (entrada de novos veículos e sucateamento de modelos velhos) e introdução de novas tecnologias (injeção eletrônica e catalisador, por exemplo) podem explicar a diminuição da poluição.
Mesmo assim, de acordo com a Cetesb, ainda que as emissões estejam decrescendo, a qualidade do ar nas grandes cidades apresenta altos níveis de concentração de ozônio e de material particulado. Nesse caso, embora não se trate de material poluente, eles “não protegem a saúde das populações expostas”.
Índice de monóxido de carbono caiu pela metade
O gráfico abaixo mostra que em 12 anos (entre 2006 e 2017) as emissões de monóxido de carbono (CO) caíram das 658 mil toneladas emitidas no Estado em 2006 para 328 mil toneladas em 2017. Assim, embora a queda tenha sido relevante, os níveis atuais ainda são muito elevados.
É preciso levar em conta, no entanto, que não há uma relação direta entre os dados referentes a cada poluente. O nível de emissão de cada um é muito diferente. Eles só aparecem próximos para poder figurar no mesmo gráfico.
O vetor vertical refere-se a 1.000 toneladas de emissões, enquanto o horizontal representa os anos.
Além da redução no monóxido de carbono, a queda é verificada também nos outros poluentes. Os óxidos de nitrogênio (NOx) caíram de 238 mil toneladas em 2006 para 155 mil t em 2017. O nível de hidrocarbonetos não metano (NMHC) foi reduzido de 128 mil toneladas para 70 mil toneladas. O dióxido de enxofre (SO2) caiu de 13,9 mil toneladas para 4,7 mil toneladas. Nesse caso, houve uma brusca redução em 2014, época em que o nível de enxofre na gasolina foi reduzida fortemente.
De acordo com a Cetesb, 60% dessas emissões estão concentradas em regiões metropolitanas. Os automóveis foram os maiores responsáveis pela emissão de CO e NMHC. Caminhões respondem pela emissão de material particulado (MP), NOx e SO2. O Estado de São Paulo detém cerca de 40% da frota nacional.
Poluição pode até causar câncer
O monóxido de carbono reduz a oxigenação no sangue. Já o material particulado é uma espécie de fuligem que, devido a seu pequeno tamanho, mantém-se suspensa na atmosfera e pode atacar as defesas do organismo.
Entre os sintomas causados no corpo humano estão irritação de olhos e garganta, dor de cabeça, bronquite, asma e até câncer de pulmão.
Em grande parte, o material particulado é representado pela fumaça preta emitida por motores a diesel desregulados. Mas ele também pode ser causado por partículas de pneus no asfalto e materiais de freio e embreagem, por exemplo. Embora esse material normalmente fique depositado no chão, ele tende a voltar à atmosfera por causa de ventos ou movimentação de veículos. É o que a Cetesb chama de “emissão de ressuspensão”.
Veja como economizar combustível
Como o nível de emissão está diretamente relacionado ao consumo de combustíveis, é importante economizar. Para conseguir esse objetivo, basta seguir algumas dicas simples.
Em primeiro lugar, não se deve encher o tanque até a boca. Pare o abastecimento logo que a bomba desligar automaticamente. Tentar colocar mais combustível é puro desperdício, já que o excesso pode ir direto para o cânister.
Esse filtro de carvão tem a função de eliminar gases provenientes do combustível. Além de jogar dinheiro fora, a prática pode estragar o filtro. Além disso, quanto mais combustível entrar no tanque, maior é a emissão evaporativa. O tanque tem em seu interior vapores de combustível. À medida que o líquido entra, esses vapores são expulsos para a atmosfera.
Pneus descalibrados são um dos principais vilões do alto consumo de combustível. Pressão mais baixa que a recomendada aumenta a área de contato com o piso. E, com isso, o atrito fica mais elevado.
Se a direção estiver desalinhada, o motor terá de fazer mais força para movimentar o veículo. Procure calibrar todos os pneus a cada abastecimento.
Dirigir como piloto não é boa ideia
A maneira como você dirige é essencial para economizar combustível. Não acelere mais que o necessário. Deixe a velocidade subir gradativamente. Excesso de rotação eleva muito o consumo. E, se o semáforo à frente estiver fechado, diminua a aceleração com antecedência, para não precisar frear muito.
Agindo assim, além de economizar combustível, você também vai poupar freios. Também é importante não esticar as marchas. Procure trocá-las dentro da faixa de maior torque do motor, mais ou menos em torno de 3.000 rpm. Fazer mudanças com rotações muito elevadas aumenta muito o consumo.
Segurar o carro em subidas com os pés na embreagem e no acelerador não só eleva o consumo de combustível como também acelera o desgaste da embreagem.
E não se esqueça de manter a manutenção em dia. Verifique as condições de velas, cabos de ignição e filtros de ar. Se a queima de combustível não estiver sendo bem feita, haverá elevação de consumo. O meio ambiente e seu bolso agradecem.