O SUV cupê é a onda do momento no segmento de SUVs. A Porsche, depois de se curvar – e obter muito sucesso – ao segmento de utilitários-esportivos, também decidiu entrar nessa moda. Entre setembro e outubro, a marca levará ao Brasil o Cayenne Coupé.
O modelo, que vai concorrer com BMW X6 e Mercedes-Benz GLE Coupé, estará no País em três versões. A de entrada e a intermediária, S, usam motor V6 turbo. No primeiro caso, o 3.0 gera 340 cv.
Na S, uma das avaliadas pelo Jornal do Carro nas estradas repletas de curvas da região de Graz, na Áustria, o motor usa dois turbos. Com isso, entrega 440 cv. Já a turbo, na qual também andamos, traz o V8 de 550 cv.
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O Cayenne Coupé é bem mais que a versão de teto rebaixado do SUV. Com centro de gravidade mais baixo, ele oferece uma sensação de dirigibilidade mais esportiva. É como um imenso e alto Panamera. Afinal, estamos falando de quase 5 metros de comprimento e 1,67 m de altura (1,65 m no Turbo).
Entre os destaques do Cayenne Coupé, dependendo da versão, há o aerofólio retrátil, que pode entrar em ação a partir de 90 km/h. Isso melhora a aerodinâmica, dando mais velocidade ao carro e melhorando aspectos como estabilidade em saída de curvas.
Há ainda a suspensão adaptativa, cuja altura muda conforme a condição de dirigibilidade. E por falar em suspensão, ela pode ficar mais dura ou macia por meio dos modos de condução: confortável, esportivo, superesportivo (Sport+) e individual.
Podem ser configuradas também, por meio desses modos (o seletor giratório fica no volante), as respostas de motor, freios e transmissão, bem como o nível de ação do controle de estabilidade (ESP).
Rodando com o Cayenne Coupé
Há um abismo entre o modo confortável e o superesportivo. O carro muda totalmente de caráter, passando da passividade às respostas viscerais, com giro sempre alto – tanto na versão S quanto na Turbo.
De acordo com a Porsche, a topo de linha acelera de 0 a 100 km/h em 3,9 segundos. A S cumpre essa missão em 4,9 segundos. Nas retomadas de velocidade, porém, a diferença não é gritante. A intermediária cumpre a missão com eficiência bem próxima à da Turbo.
Ambos são rápidos nas respostas ao acelerador, e cumpriram com louvor a missão de fazer ultrapassagens nas pistas simples, entre vinhedos e montanhas, nas quais foram avaliadas. Parte da explicação está nos 150 quilos que o Cayenne Coupé S tem a menos.
Além disso, a versão avaliada estava com pacote que inclui interior de Alcântara e fibra de carbono (couro e madeira na Turbo), escapamento esportivo (amplifica o som do motor) e rodas de 22 polegadas. Também faz parte do pacote o teto de fibra de carbono, que reduz ainda mais o peso do carro. No Turbo, o teto é de vidro e panorâmico.
O Cayenne Coupé S tem 56,1 mkgf de torque a 1.800 rpm. O Turbo entrega 78,6 mkgf a 2.000 rpm. Ambos trazem câmbio automático de oito marchas. No modo superesportivo de condução, o S fica com pedal muito sensível. Não é preciso fincar o pé; basta tocá-lo de leve para obter boa resposta.
A carroceria não balança em alta velocidade e, em curvas, o Cayenne Coupé se comporta como se estivesse rodando em trilhos. Ele traz ótima estabilidade e passa muita segurança ao motorista.
Por dentro
O Cayenne Coupé traz painel semi-virtual e configurável. Fixa é só a tela do meio (no S, com pegada mais esportiva, o conta-giros). Nas duas laterais, o motorista pode projetar o que quiser.
Dá, por exemplo, para colocar mapas do GPS (que tem função 3D) ou imagens da câmera de visão noturna (Night Vision), por exemplo. Esse sistema mostra imagens à frente do carro, iluminando pontos que merecem mais atenção, como outros carros, ciclistas e pedestres.
Na atual geração de modelos da Porsche, a marca está abandonando os botões fixos no console. Agora, a maioria das funções são comandadas por meio de toque. Já a tela da central multimídia tem sensor de aproximação.
Um ponto fraco do Cayenne Coupé está justamente na proposta de teto caído. Atrás, cabem até pessoas bastante altas, com 1,90 metro de altura. Porém, a cabeça desse passageiro fica no limite.
Porém, quem compra esse carro, que tem um apelo estético forte, já sabe do contratempo. Se precisar de mais espaço para cabeça atrás, melhor ficar com o SUV convencional.
A Porsche, aliás, deixou o banco traseiro mais baixo, para compensar um pouco a perda de espaço. Quanto às pernas, duas pessoas que viajam nessa parte têm muita amplitude, pois o modelo tem 2,89 metros de entre-eixos. O porta-malas, com abertura elétrico, é de 600 litros.
O preço no Brasil ainda não foi definido, mas ficará acima do sugerido para o SUV. Para a versão S, por exemplo, dá para estimar cerca de R$ 550 mil.
Ficha técnica – Cayenne Coupé S
Motor – 3.0, V6, 32V, biturbo, gasolina
Potência – 440 cv a 5.700 rpm
Torque – 56,1 mkgf a 1.800 rpm
Câmbio – Automático, 8 marchas
Tração – Integral
0 a 100 km/h – 4,9 segundos
Velocidade máxima – 263 km/h
Comprimento – 4,93 metros
Entre-eixos – 2,89 metros
Porta-malas – 600 litros
Peso – 2.050 quilos
Fonte: Porsche
PRÓS – Estabilidade
Cayenne Coupé passa muita segurança ao motorista, que tem a impressão de estar guiando um carro mais baixo.
CONTRAS – Espaço
Modelo tem pior acomodação para pessoas altas na parte de trás do que o SUV.