Estilo nunca faltou ao Porsche Panamera. Performance e conforto, também não. E para reforçar as credenciais, o sedã alemão traz novas configurações mecânicas na linha 2025 – que a marca chama de terceira geração. Em síntese, o modelo que acaba de desembarcar no Brasil recebeu aumento de bateria e a consequente melhora de eficiência. Lembrando que o sedã híbrido plug-in une o 2.9 V6 biturbo e um elétrico, agora montado no câmbio automatizado PDK, de oito marchas.
A princípio, vale detalhar a tabela de preços do novo Panamera. O sedã com ares de cupê chega ao País custando R$ 803 mil, na versão 4 E-Hybrid e R$ 922 mil, na configuração topo de linha, 4S E-Hybrid.
O cenário para as primeiras impressões a bordo do Panamera 2025 foi Autódromo Velocitta, em Mogi Guaçu, interior de São Paulo. Foi lá que o Jornal do Carro teve a oportunidade de acelerar o modelo, que ficou mais potente que o anterior. E não é só de altos números que vive o sedã. Afinal, outras características de performance foram inclusas/modificadas pelo pessoal da engenharia da Porsche. Detalharemos, em especial, o novo conjunto de suspensões, mais adiante.
Momento de contemplação
Antes de falar do comportamento em si, cabe explorar um pouco o visual do novo Panamera. Prestes a dominar a fera, hora de observar a fileira de carros, ali, exibindo as diversas cores de carroceria oferecidas pela marca. Além dos tons grisalhos (preto, cinza, prata e branco), tem verde, azul e até o tom que parece dourado, mas chama-se Madeira Gold Metallic – como você vê nesta reportagem. E o sedã é grande. Mas as medidas não mudaram (vide ficha técnica). O capô continua longo e o estepe continua atrapalhando o espaço de 430 litros do porta-malas. Mudanças, de fato, só nas extremidades dianteira e traseira.
Na frente, traz novos faróis (LED Matrix, como opcional), a grade ficou mais larga e tem detalhes iluminados por LEDs e, agora, há uma nova abertura – que fica um pouco acima da placa – para refrigerar o motor.
Enquanto as laterais trazem novas rodas de 21″, a traseira tem novas lanternas tridimensionais que vão de uma ponta a outra da carroceria e têm iluminação em dois níveis. O para-choque também é novo. E, para fechar, tem quatro saídas de escape.
Por dentro do Panamera
Do lado de dentro do sedã esportivo, materiais premium para todos os lados. O acabamento é excepcional. E é bem fácil encontrar a melhor posição de guiar. Afinal, tudo tem comando elétrico – tanto bancos dianteiros como volante. Este último, aliás, é multifuncional, conta com aletas para trocas de marchas e tem revestimento de Alcântara.
Moderno sem deixar o ar retrô de lado
No topo do painel, um relógio analógico deixa claro que a Porsche não deixa a tradição de lado. Herança de décadas de história, a partida do motor fica posicionada ao lado esquerdo do volante. De resto, só tecnologia de ponta. De um lado a outro do painel, tem telas. O quadro de instrumentos digital tem 12,6″, a central multimídia, mede 12,3″, e não para por aí, porque o Panamera também passa a oferecer tela para o passageiro dianteiro, com 10,9″. Mas, aqui, um adendo. O motorista não consegue ver o conteúdo ali exibido, afinal, por segurança, a Porsche não quer desviar a atenção de quem dirige.
Ainda por dentro, o console central foi todo revisto. Destaque para os comandos de ar-condicionado (mas a regulagem das saídas exigem que o usuário recorra à tela central, ponto negativo) e para a tecla física (giratória) que permite aumento/diminuição do volume do entretenimento. Um ponto importante: a alavanca do câmbio migrou para o painel, ao lado direito do volante.
Ademais, o modelo adicionou novos recursos digitais. Desse modo, vem com espelhamento sem fio para Android Auto e Apple CarPlay, bancos com aquecimento e ventilação, o novo carregador para celular por indução com função de resfriamento e filtro de poeira fino melhorado com função de recirculação de ar automática suportada por GPS.
Ainda em novos equipamentos, tem duas portas de carregamento rápido USB-C no console central dianteiro e na traseira. Pela primeira vez, o Panamera também oferece a possibilidade de streaming de vídeo. O aplicativo de terceiros ‘ScreenHits TV’ pode ser usado para acessar vários serviços de streaming populares, dependendo do mercado.
Dados de desempenho
Agora, sim, vamos explorar os números do novo Panamera. A versão de entrada 4 E-Hybrid gera 470 cv e 66,3 mkgf de torque. A aceleração de zero a 100 km/h é feita em 4,1 segundos e o modelo atinge velocidade máxima de 280 km/h. Já o topo de linha 4S E-Hybrid chega ainda mais expressivo. Com o mesmo motor 2.9 de seis cilindros em V e dois turbos entrega potência total de 544 cv e torque máximo de absurdos 76,5 mkgf. Vai de zero a 100 km/h em apenas 3,7 segundos. Já a velocidade máxima chega a 290 km/h.
Cabe explicar que, de toda essa potência, 190 cv vêm do motor elétrico. Inclusive, a mecânica recebeu alterações e, agora, com a nova bateria de 25,9 kWh, a autonomia elétrica do híbrido plug-in pulou de 35 km para 63 km, de acordo com o Inmetro. Segundo a marca, o novo motor é mais eficiente e otimizado em termos de peso. “O design interno do rotor (ele gira dentro do estator) reduz a inércia em massa em 50%, o que melhora a resposta do acelerador” alega a Porsche. Quem comprar o Panamera 2025 ganha carregador Wallbox e tem garantia de quatro anos.
Finalmente, na pista
Sem mais delongas, hora de deixar a área dos boxes e pilotar a máquina. A princípio, pé direito leve, reconhecimento de pista. Ainda assim, o carro madrinha que lidera o comboio, pede a escolha do modo Sport Plus – o mais agressivo de todos.
Com o pé embaixo, o ronco do V6 invade a cabine. Isso, no entanto, sem comprometer o bom isolamento acústico. Na pista, o motor trabalha sem se cansar, mas é na hora de frear que a mágica acontece. Ao invés de afundar a frente – como em todo carro convencional -, o Panamera se mantém rente ao solo. Nas curvas, pende para o lado de dentro, como nas motos. Ali dentro, a posição do motorista continua praticamente intacta. Isso tudo por conta da suspensão Active Ride.
Do que se trata?
Em síntese, o Active Ride é um pacote opcional que custa R$ 57 mil e, de acordo com a marca, aprimora sensivelmente a pilotagem. Em síntese, o carro, que tem suspensão de ar de dois estágios, nivela a carroceria seja qual for a situação. O sistema funciona o tempo todo e até facilita o acesso à cabine. Ao abrir a porta, por exemplo, o carro sobe 5 centímetros. Ao fechar a porta, volta a configuração normal.
A mágica acontece graças ao conjunto entre amortecedores ativos de dois estágios conectados a uma bomba hidráulica com acionamento elétrico. Na prática, o sistema absorve quase totalmente as irregularidades do solo e, ainda, garante a distribuição das cargas em cada uma das rodas. Comporta mais de 1.000 kg em cada uma, afirma a Porsche.
A suspensão adaptativa rende excelente comportamento em pista. O conforto é primoroso. Aqui, cabe um adendo, afinal, não dirigimos o carro no péssimo asfalto das ruas brasileiras. Ainda assim, não deve gerar desconforto.
Independentemente do trabalho das suspensões, o Panamera encara o asfalto com muita desenvoltura. Na pista, se sente em casa. Previsível e seguro, delega seu controle ao motorista o tempo todo. Isso, evidentemente, com o controle de estabilidade (ESP) ligado. E o som que sai pelo escapamento soa como música.
Por fim, o modelo ganha velocidade rapidamente. Tem a ajuda dos modos de condução que vão do mais econômico (Hybrid) ao esportivo Sport Plus. Para isso, basta girar um botão do lado direito do volante.. As respostas do carro mudam imediatamente.
Hora de dar ‘tchau’
Reduzir a velocidade, entrar para os boxes e pisar no pedal do freio não é fácil. Afinal, isso sinaliza o fim do contato com o Porsche Panamera. Seja como for, ficam as memórias e a certeza de que, além de um comportamento espetacular, o sedã tem muita tecnologia embarcada. Para sentir, na prática, essa experiência, vale a pena conferir o vídeo com as primeiras impressões do JC a bordo do modelo. Confira!
PRÓS
Design imponente, tela individual para o passageiro dianteiro, ar-condicionado que filtra o ar e excelente acabamento são pontos fortes, mas a cereja do bolo vai para o comportamento das suspensões, que mantém a carroceria do carro praticamente intacta, mesmo em curvas, acelerações, frenagens e imperfeições do solo
CONTRAS
Apesar de seus quase 3 metros de entre-eixos, Panamera comporta apenas quatro pessoas; porta-malas tem 430 litros, mas perde bom espaço por conta do estepe, que fica ali dentro; controle das saídas de ar-condicionado é feito apenas pela tela central, o que atrapalha a condução
Ficha técnica
Porsche Panamera 4S E-Hybrid
Motor: 2.9 V6, biturbo a gasolina + elétrico
Potência combinada: 544 cv
Torque combinado: 76,5 mkgf
Autonomia elétrica: 63 km (Inmetro)
Câmbio: PDK, 8 marchas
Aceleração 0-100 km/h: 3,7 segundos
Velocidade máxima: 290 km/h (140 km/h em modo elétrico)
Bateria: 25,9 KWh
Tempo de recarga: 2 horas e 60 minutos (corrente alternada 11kW)
Peso: 2.255 kg
Comprimento: 5,05 m
Largura: 1,94 m
Altura: 1,42 m
Entre-eixos: 2,95 m
Porta-malas: 430 litros
Preço sugerido: R$ 922.000
Siga o Jornal do Carro no Instagram!