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MARCELO FENERICH
À venda no Brasil desde o fim de 2007, o Mahindra SUV (pronuncia-se Marrindra) ainda é pouco conhecido por aqui. Na Índia, país de origem da marca, esse nome significa “grande Indra”, o deus da guerra, dos céus e da tempestade. Na prática, o utilitário-esportivo montado em Manaus não é tão grandioso assim.
O escolhido para este “15 dias com” tem como principal atrativo o preço de R$ 86.864, bem interessante para um jipão 4×4 com motor diesel. Aliás, o propulsor 2.6 é turbo, mas está longe de empolgar. Rende apenas 110 cv de potência e 27,5 mkgf de torque. Como comparação, o 2.8 turbodiesel da Chevrolet S10 gera 140 cv.
Na hora de parar, o SUV não transmite segurança, mesmo sendo equipado com freios ABS. Também é preciso se acostumar com a lentidão da direção. É necessário dar várias voltas no volante para manobrar o Mahindra. Para piorar, ela é imprecisa. A 120 km/h, pede correções o tempo todo, mesmo com o carro andando em linha reta.
Como o SUV tem um grande ponto cego na parte traseira, a Mahindra tratou de instalar um sensor de obstáculos, acionado quando se engata a marcha à ré. Aliás, a oferta de itens na única versão disponível é um ponto positivo do carro. Há air bag duplo, ar-condicionado, volante com ajuste de altura e revestimento de couro sintético nos bancos.
Faltou a regulagem de altura para o banco do motorista, que ajudaria os que têm menos de 1,70 metro.
O acionamento da tração (4×2, 4×4 ou 4×4 reduzida) é fácil. Basta girar um seletor no centro do console, pois o engate é eletrônico. Isso pode ser feito com o modelo rodando a até 40 km/h. Já a roda livre é acionada automaticamente.
A suspensão macia garante conforto, mas é preciso algum cuidado. Como a carroceria é alta, oscila demais em curvas.
Na trilha, o SUV se mostrou eficaz. Mas as peças plásticas da cabine fazem muito barulho. Já os penduricalhos nas laterais da carroceria são fixados com cola, o que aumenta o risco de serem arrancados por galhos ou plantas nas margens das estradas de terra.
O utilitário-esportivo pode levar sete pessoas em três fileiras de assentos. Para aumentar o espaço para as bagagens, é possível retirar o banco extra da última fila, que tem espaço para dois. A questão é abrir a porta do compartimento de carga. Várias vezes a tampa do carro avaliado simplesmente teimava em permanecer trancada.
Faltou cuidado no acabamento
Por dentro e por fora, o Mahindra SUV é bem defasado – o acabamento do utilitário lembra o de modelos do meio da década de 90. De moderno há apenas o sistema de som, que pode ler arquivos MP3 e tem entradas auxiliares, e o aplique no centro do painel que imita fibra de carbono (esse material também adorna as saídas de ar laterais).
No mais, pura obsolescência: visual dos botões e comandos, ergonomia ruim e bancos que acomodam mal.
A iluminação fraca do painel dificulta a leitura e o isolamento acústico é ruim. Mesmo com os vidros fechados, especialmente na estrada, ouve-se na cabine uma verdadeira sinfonia, “tocada” pelo motor e pelo som do ar batendo na carroceria com linhas “estilo caixote”.
Os plásticos internos são de qualidade baixa e há peças mal encaixadas ou com rebarbas. Os pedais estão mal posicionados e é comum o motorista raspar o pé na coluna de direção quando vai pisar no freio.