Carlos Ghosn, presidente da Nissan e principal executivo da Renault, foi preso no Japão nesta segunda-feira (19). Em um comunicado, a Nissan informou que durante muitos anos Ghosn e outro executivo sênior, Greg Kelly, haviam reportado valores de compensação de imposto menores que o real no relatório de valores mobiliários da Tokyo Stock Exchange.
A montadora japonesa também disse que, com base em um relatório de denunciantes, estava investigando possíveis práticas impróprias de Ghosn e do diretor Greg Kelly por vários meses. E que estava cooperando totalmente com os investigadores.
A fabricante comunicou ainda que Ghosn vinha usando dinheiro da empresa para uso pessoal. Além de cometer vários outros atos graves de má conduta. O CEO Hiroto Saikawa irá propor ao conselho da Nissan a remoção de Ghosn e Kelly de seus cargos.
Ghosn era adorado no Japão
A notícia causou grande comoção no Japão, onde Ghosn, um raro executivo de alto escalão estrangeiro, é considerado genial por ter tirado a Nissan de situação quase falimentar. Nascido no Brasil, descendente de libaneses e cidadão francês, Ghosn iniciou sua carreira na Michelin na França. Seguindo para a Renault. Ele se juntou à Nissan em 1999, depois que a Renault comprou a montadora japonesa. Se tornou CEO em 2001 e permaneceu nesse posto até o ano passado.