Pensar em usar etanol na hora de abastecer o carro pode ser uma escolha banal atualmente, mas nem sempre foi assim. Nos anos 1970, um modelo mudaria a história do mercado automotivo nacional para sempre, como o primeiro a aceitar o combustível oriundo da cana-de-açúcar: o Fiat 147. O pequeno hatch de origem italiana, feito no Polo Automotivo de Betim (MG), em 1976.
Além de trazer inovações como motor em posição transversal, coluna de direção retrátil, pneus radiais, e para-brisa de vidro laminado, foi responsável por ter o primeiro motor a etanol do mundo feito em série. O novo motor rendeu-lhe o apelido de “cachacinha“, por conta do odor característico que saía do escapamento, por exemplo.
Crise do Petróleo impulsionou produção do primeiro Fiat a etanol
A história do Fiat 147 movido a etanol começou já em 1976, quando foram iniciadas as pesquisas e o desenvolvimento do motor. Com a primeira crise do petróleo em 1973, governos e fabricantes de automóveis buscavam soluções para reduzir o consumo de seus derivados, como a gasolina, por exemplo. No caso do Brasil, o Governo Federal instituiu em 1975 o programa ProÁlcool (Programa Nacional do Álcool). O programa consistia em incentivos para a produção do etanol a partir da cana-de-açúcar.
Contudo, ainda em 1976, a primeira participação aconteceu no Salão do Automóvel de São Paulo. Quando a marca exibiu um protótipo do 147 movido a etanol com dezenas de milhares de quilômetros rodados. No ano seguinte, realizou-se o aprimoramento técnico do produto e a produção de novas unidades, submetidas a diversos testes, por exemplo.
Assim, em setembro de 1978, um Fiat 147 realizou o que seria o teste definitivo para a criação do primeiro motor brasileiro a etanol: uma viagem de 12 dias e 6,8 mil quilômetros pelo país, com média de mais de 500 km diários, três mil quilômetros por terra e variações climáticas superiores a 30 graus. Por fim, desde então, o etanol passou a ser uma opção entre a gama de motores Fiat.
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