BELISA FRANGIONE
Luciana Figueiredo da Silva tinha apenas 20 anos quando sua mãe se aposentou como frentista em um posto de gasolina na Penha, zona leste da capital. Como a jovem conhecia o serviço, acabou ocupando a vaga recém-aberta. Ficou lá por três anos, até a empresa ser vendida. Desde 2007 ela trabalha em outro posto, da Petrobrás, no mesmo bairro.
Atualmente com 27 anos, Luciana foi promovida a gerente. Ela conta que durante o expediente, de 9,5 horas por dia, faz um pouco de tudo. “Cuido da pista (local onde os carros são abastecidos), da loja de conveniência, abasteço, cubro o horário de almoço de outros funcionários e troco óleo. Se precisar varrer o chão, eu também vou.”
Continua depois do anúncioSobre o dia a dia da profissão, Luciana diz que gosta especialmente da agitação diária e de ter contato com motoristas de todos os lugares. “A agitação é tanta que nem vejo a hora passar. Sem falar que a cada dia tenho a oportunidade de conhecer gente nova. Semana passada mesmo eu estava no aeroclube, na zona norte, e encontrei um cliente daqui.”
Ela diz que a principal dificuldade do ofício é encarar as reclamações, mas que com a experiência aprendeu a contornar esse tipo de problema. “Uma vez um cliente arrumou a maior confusão porque achou que o preço do óleo era alto. Expliquei que não somos nós que estipulamos isso.”
Luciana conta que é alvo de cantadas diariamente. Modesta, ela desconversa. “Não é uma questão de beleza, mas por ser a única mulher do posto. Se houvesse outras, tenho certeza de que eu não seria tão visada.”
Quando não está trabalhando, Luciana diz que sua diversão preferida é sair com os amigos. “Gosto de ir a barzinhos ou ao teatro. Mas não dá para fazer isso sempre. Só no fim de semana tenho tempo para passear.”