Não é novidade que os consumidores estão cada vez mais interessados em utilitários-esportivos. Mas a outra face dessa moeda é que, com isso, outros segmentos perdem espaço e, em alguns casos, chegam a ter seu futuro ameaçado. E isso pode impor transformações drásticas na vida das montadoras.
No caso da GM norte-americana, o sinal de alerta foi dado pelo presidente do UAW, o sindicato que congrega os funcionários das montadoras. Ele vê com preocupação as quedas nas vendas de sedãs e hatches da marca, que estão deixando ociosas as fábricas de Hamtramck (Michigan) e Lordstown (Ohio) – plantas que produzem modelos com as bandeiras Chevrolet, Cadillac e Buick.
No primeiro semestre de 2017, as vendas de carros de passeio da GM tiveram queda de 19% – só em junho, a redução foi de 36%. Nas concessionárias dos EUA, os estoques desses modelos chegam a seis meses – o triplo do que seria recomendável. Enquanto isso, a demanda por utilitários-esportivos só faz crescer, o que reflete uma mudança no gosto e na preferência do consumidor.
Com isso, a GM deve promover um enxugamento severo de seu portfólio em até três anos. Fontes ligadas à empresa dizem que pelo menos seis modelos estão no paredão, sujeitos a ter a produção encerrada até 2020: Chevrolet Volt, Chevrolet Sonic, Chevrolet Impala, Buick LaCrosse, Cadillac CT6 e Cadillac XTS.
Caso a tendência de queda na procura por hatches e sedãs se acentue, analistas de mercado dizem que as fábricas dedicadas a esses modelos estão fadadas a fechar as portas. A unidade de Hamtramck, por exemplo, teve queda de 32% na produção na primeira metade deste ano, fechando o período com um saldo de 35 mil unidades – a título de comparação, as plantas dedicadas aos utilitários produzem de 200 mil a 300 mil exemplares por ano. É dessa fábrica, inaugurada em 1985, que saem os Chevrolet Volt e Impala, além de Buick LaCrosse e Cadillac CT6.
Para o vice-presidente da consultoria AutoForecast, Sam Fiorani, ou a GM cria novos produtos inovadores para substituir seus sedãs nos Estados Unidos, ou o fechamento de fábricas será inevitável.
O analista John Murphy, da Merrill Lynch, estima que, dos lançamentos que a marca fará nos próximos quatro anos, menos de 10% serão carros de passeio – todo o resto será dividido entre utilitários, crossovers e picapes.
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1/10
Nissan Frontier
Há carros pelos quais ninguém parece se interessar. Alguns vendem mal. Outros até vão bem no mercado, mas não causam nenhuma repercussão em redes sociais, por exemplo, ou em "conversas de boteco". Da maioria, ninguém se lembra. Em resumo: eles não são sonho de consumo de ninguém. A Frontier é um desses modelos: há quem queira uma Hilux, uma S10, até uma Ranger. A picape da Nissan, porém, dificilmente é alvo do desejo mesmo dos fãs do segmento. Ela gera ainda menos entusiasmo que a Amarok.
2/10
Peugeot 408
É um carro bom, com uma das melhores mecânicas do segmento. Tem também ótimo custo-benefício. Porém, nunca vendeu bem, e nunca despertou o desejo do consumidor brasileiro.
3/10
Ford Fiesta Sedan
Você sabia que a Ford parou, durante alguns meses, de trazer o Fiesta Sedan do México? Pois é: você não é o único. A marca deixou de oferecer o carro no Brasil e quase ninguém nem percebeu. Por quê? Provavelmente porque ninguém se importa. Em tempo: ele acaba de voltar ao mercado.
4/10
Renault Symbol
Não fez sucesso, não empolgou o consumidor e teve pouquíssimos anos de mercado, tamanho o fracasso. E hoje, ainda alguém se lembra que o Symbol existiu? Aliás, alguém viu algum exemplar do carro nas ruas nos últimos tempos?
5/10
Modelos da Mini
Muita gente sonha com um Mini na garagem. Muita gente diz isso, pelo menos. Para um modelo importado e com preço alto, ele até vende bem. Porém, não é dos mais populares no mundo digital. Sempre que falamos sobre os carros da Mini em nossas redes sociais, em qualquer tipo de reportagem (de avaliação à história), ninguém se importa. Ninguém comenta, ninguém pergunta, ninguém diz nada. As pessoas os ignoram. Nós, porém, adoramos esses carrinhos!
6/10
Citroën C4 Lounge
Aqui, o caso é o mesmo do Peugeot 408, com a diferença de que o Citroën é bem mais moderno que o concorrente. Ao menos, ele vende mais que o Peugeot. Porém, não causa comoção.
7/10
JAC J6
Quando você viu uma J6 na rua pela última vez? E em qual ocasião você ouviu falar dela? O segmento hoje tem poucos representantes e, ainda assim, ninguém se importa com a minivan da JAC.
8/10
Nissan Tiida
Você se lembra dele? O hatch até foi bem em vendas quando ainda era oferecido no Brasil. Hoje, não se escuta mais ninguém falando do Tiida, que é também um carro muito difícil de encontrar nas ruas.
9/10
Peugeot Hoggar
Caso semelhante ao do Symbol: não fez sucesso, não teve muitos anos de mercado e desapareceu das ruas.
10/10
Renault Fluence
Não empolga o consumidor pelo estilo, nem pela mecânica, nem pela tecnologia. É um carro do qual as pessoas dificilmente se lembram.