MARCELO FENERICH
A utilização de radiocomunicadores diminui os ricos nas aventuras fora de estrada. Com o uso do equipamento é possível trocar informações com outros jipeiros para saber a localização exata do obstáculo, se há veículos trafegando no sentido oposto ou animais na pista. Mas contar com o sistema no carro requer uma licença especial.
Segundo informações da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o radioamador é um serviço de interesse restrito, destinado a usuários que não tenham objetivo comercial com sua utilização. Os aparelhos podem ser instalados em qualquer tipo de veículo e para usá-los há quatro categorias de habilitação, que vão de A a D.
“Na primeira, o usuário tem licença para operar em qualquer lugar do mundo, mas é preciso conhecer práticas como telegrafia (chamada popularmente de código Morse). A categoria ‘B’ permite a utilização de ondas curtas”, explica o engenheiro mecânico Marcelo Pera, que há 32 anos é radioamador.
A ‘C’ é a intermediária. Basta conhecer a legislação brasileira de radioamador e ética operacional. Na ‘D’ o usuário navega só nas frequências VHF e UHF.
“Para o uso em trilhas ou na cidade não é preciso ter uma licença do tipo A. Basta fazer um exame de legislação e ética profissional para a Classe D”, diz o instrutor de pilotagem 4×4 e radioamador Ilídio Guerra.
“As frequências permitem alcance de aproximadamente 40 km. Como todo radioamador tem direito de usar uma repetidora, a cobertura aumenta para uns 200 km.”
Segundo Guerra, entre os aventureiros é comum a utilização do canal 16 no caso de rádios modelo PX (faixa do cidadão) e do 146.500 para aparelhos PY.
Códigos
Para padronizar e facilitar a comunicação em qualquer idioma foram criados o código Fonético Internacional e o Civil Internacional, conhecido como Q. A função do primeiro é simplificar o entendimento de letras quando se soletra palavras. Já o Q reúne uma lista que codifica informações usando sempre três letras iniciadas por “Q”.