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Grupo indígena dos EUA pede que Jeep pare de usar o nome Cherokee
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Grupo indígena dos EUA pede que Jeep pare de usar o nome Cherokee

Grupo indígena reforça pedido assim que fica próxima a estreia do novo Grand Cherokee. Marca já retirou a nomenclatura, mas voltou a usá-la em 2013.

Redação

24 de fev, 2021 · 5 minutos de leitura.

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Jeep Cherokee 2021
Jeep Cherokee sai de linha nos EUA
Crédito:Jeep/Christian Meunier/Divulgação

A Jeep recebeu uma solicitação nesta semana pedindo que deixe de nomear os modelos mundialmente reconhecidos por Cherokee e Grand Cherokee. O pedido surgiu do maior grupo indígena das três tribos Cherokee localizado no estado de Oklahoma nos Estados Unidos.

A Jeep já produz os modelos com nome homônimo à tribo há mais de 45 anos. E, depois de uma pausa, a fabricante reintroduziu a nomenclatura em 2013.

Em entrevista para a revista Car and Driver, Chuck Hoskin Jr., principal representante da Cherokee Nation, afirmou ter “certeza que isso é algo bem-intencionado , mas não nos honra ter nosso nome na lateral de um carro.

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Jeep Grand Cherokee 2021
Divulgação/Jeep

Desde que houve a reintrodução do nome parte da Jeep, há 8 anos, essa é a primeira vez que o grupo indígena pede explicitamente que a marca deva mudar o nome do carro. O aumento de tom no pedido tem relação com a proximidade do lançamento do novo Grand Cherokee.

Hoskin ainda completa que a melhor forma de honrar os povos Cherokee é aprendendo sobre o governo soberano deles, o papel nos Estados Unidos, bem como a história, a cultura e o idioma; além, claro, de procurar um diálogo amigável com as tribos federalizadas.


Por sua vez, a Jeep responde que usa os nomes em seus modelos com a intenção de honrar e celebrar as tribos nativas norte-americanas. E, reforça que a marca tem compromisso com um respeitoso e aberto diálogo. Até um contato por telefone já foi feito entre a montadora e o chefe Hoskin. Contudo, a posição dos Cherokee não mudou.

Justiça Social

O pedido de uma tribo indígena norte-americana como da Nação Cherokke ocorre num momento em que os apelos por justiça social são crescentes nos EUA, principalmente após os protestos do Black Lives Maters (Vidas Negras Importam). E iniciativas como no esporte dão forças para que referências consideradas ofensivas sejam abandonadas.


Por exemplo, no ano passado, o time de futebol americano decidiu abandonar o nome Redskins (pele vermelha, em português) que já usava desde 1933. Outro exemplo é o time de beisebol Cleveland Indians que abandonou o mascote ‘chefe Wahoo’ bordado nos uniformes.

De volta ao mundo dos carros, a Jeep utiliza o nome Cherokee desde 1974 quando lançou uma perua da marca. Atualmente, a montadora batiza dois de seus utilitários esportivos, Cherokee e Grand Cherokee.

Jeep Gladiator Mojave
Divulgação/Jeep

Em 2002, a montadora decidiu substituir o nome do SUV menor por Liberty nos EUA. Contudo, em 2013, o nome Cherokee retornou ao modelo. Além disso, a marca Jeep também faz referência à outra tribo, a Mojave que também é nome de um deserto no estado de Nevada.

Por fim, a entrevista divulgada na revista Car and Driver ocorre às vésperas de a Jeep lançar a quinta geração do SUV, Grand Cherokee L, revelada em janeiro na versão alongada, para sete ocupantes.

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