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Alaskan: Renault confirma a produção da picape na Argentina no final de 2020
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Alaskan: Renault confirma a produção da picape na Argentina no final de 2020

Picape média da Renault fará companhia para a Nissan Frontier na linha de produção de Córdoba, na Argentina

José Antonio Leme

15 de mai, 2020 · 7 minutos de leitura.

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alaskan
RENAULT ALASKAN
Crédito:RENAULT

A Renault anunciou hoje que, apesar da crise que se avizinha na região, manterá os planos que estavam suspensos da Alaskan. A picape média desenvolvida sobre a base da Nissan Frontier, anunciada em 2015, começará a ser produzida no país vizinho no final do ano.

O anuncio foi feito pelo presidente da Renault Argentina, Pablo Sibilla, em uma vídeo conferência, com vários veículos de comunicação. A proposta é garantir que a fábrica atinja um ritmo anual de 40 mil picapes produzidas anualmente, de Renault e Nissan.

Além da plataforma e eletrônica, ela compartilha com Nissan Frontier a motorização e câmbio. No lançamento, para a Europa, ela foi equipada com dois motores quatro cilindros de 2,3 litros e biturbo. A versão a gasolina entrega 160 cv e a diesel 190 cv.

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Tal qual a Frontier, para a América Latina, será oferecida apenas com cabine dupla e motorização turbodiesel. Isso significa o quatro-cilindros de 2,3 litros em duas variações. O biturbo que entrega 190 cv a 3.750 rpm e 45,9 a 1.500 rpm. E a versão com um turbo só para as versões mais básicas, destinadas ao trabalho, de 160 cv a 3.750 rpm e 41 mkgf a 1.500 rpm. As opções de câmbio são o manual de seis marchas e o automático de sete. A tração é sempre traseira ou 4×4.

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A história da Alaskan

Vale lembrar que já se vão cinco anos desde que a Alaskan foi anunciada pela primeira vez. O conceito da picape surgiu em setembro de 2015. Em novembro do mesmo ano, a Renault mostrava a versão final da picape. Ela surgiu de uma consórcio entre a aliança Renault-Nissan e a Mercedes-Benz.


No Salão do Automóvel de São Paulo, em 2018, a Renault Alaskan era esperada como um dos lançamentos da marca. Ela deveria ser um dos modelos apresentados, ao lado do Kwid, mas não foi. No dia da coletiva para a imprensa nem mesmo estava no estande da companhia.

Ali, um executivo da marca disse que “o que antes era certo, tinha se tornado um estudo para receptividade junto ao público” e que por isso a picape só surgiu no estande dos dias de abertura aos visitantes. Ela, inclusive, tinha lançamento programado para o Brasil em 2019 – o que obviamente não aconteceu.

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Classe X

Além da Alaskan, a Mercedes-Benz também usaria a base da atual picape Frontier para criar sua primeira picape média, a Classe X. A picape da Mercedes-Benz também chegou a ser apresentada e produzida. Além da fábrica argentina, a planta da Nissan na Espanha, na região de Barcelona, era responsável por abastecer outros mercados, como a Europa, com os três modelos.

A picape da Mercedes também tinha o Brasil e a Argentina como a ‘menina dos olhos’ e pretendiam ter a América Latina como um grande mercado para o produto. Ela, tal qual a Alaskan, deveria estar à venda no Brasil desde o ano passado e a história também se complicou.

O problema é que para reduzir custos, a picape da Mercedes-Benz particularmente abusou do uso de peças da Nissan, especialmente na parte interna. E isso, deixou a desejar em termos de qualidade e requinte que se esperava da picape, apesar da parte mecânica ter sido largamente alterada.


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Elétricos, vendas em baixa e o fim da Classe X

As vendas na Europa, que também era um mercado importante, foram muito aquém do esperado. Na necessidade de reduzir custos, por quedas nos lucros e massivos investimentos nas áreas de carros elétricos, o que drenou o caixa da companhia, a Mercedes-Benz, em abril de 2019, confirmou o cancelamento da produção na Argentina. O anúncio veio em meio a um comunicado dos resultados do grupo Daimler. A crise comercial na Argentina também ajudou a decisão.

Em janeiro de 2020, o sindicato anunciou aos funcionários da Nissan Europa o fim da produção para este mês, maio. Deixando a fábrica da Nissan, na Espanha, com produção ainda mais reduzida. Na época do anúncio, a planta já trabalhava com 30% de ociosidade em sua capacidade produtiva. Em 2019, a picape da Mercedes foi responsável por apenas 8 mil unidades de veículos produzidos ali. Foi 14,5% de um total de 55 mil veículos.


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