Depois da tempestade, a promessa de tempos melhores. As acusações de má conduta financeira contra Carlos Ghosn abalaram a aliança formada pelas montadoras Renault, Nissan e Mitsubishi. Mas é hora de seguir em frente. Os CEOs das três marcas anunciaram a criação de uma nova diretoria operacional para a aliança. Na prática, é como se fosse um recomeço.
A decisão foi anunciada por quatro executivos. Da parte da Renault, o presidente Jean-Dominique Senard e o CEO Thierry Bolloré. Pelas japonesas, o CEO da Nissan, Hiroto Saikawa, e o CEO da Mitsubishi, Osamu Masuko.
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A nova diretoria será formada pelos CEOs das três empresas e supervisionada por Senard. Haverá reuniões mensais em Tóquio ou Paris. Caberá a ela fiscalizar todas as operações financeiras da aliança. Não haverá, porém, alterações na estrutura das três fabricantes, que manterão sua independência.
Nova aliança substituirá joint ventures afetadas pelo caso Ghosn
A ideia das montadoras é que a nova diretoria substitua as outras joint ventures da aliança. Elas incluem a Renault-Nissan BV, com sede na Holanda, e a Nissan-Mitsubishi BV. Ambas estão sob investigação no caso Carlos Ghosn.
Em janeiro deste ano, a Nissan e a Mitsubishi acusaram Ghosn de ter recebido cerca de US$ 9 milhões (R$ 36 milhões) da Nissan-Mitsubishi BV de forma indevida. O propósito da joint venture era pagar gratificações a funcionários. Mas, aparentemente, Ghosn usou dinheiro em benefício próprio.