Na atual transição energética do mundo automotivo, cada marca escolhe sua estratégia. E a Renault parece ter definido a dela. A marca francesa vai oferecer todos os tipos de matriz energética, mas focará em uma específica: híbridos convencionais, que não precisam carregar na tomada, como o Toyota Corolla Cross. Quem afirma isso é Fabrice Cambolive, CEO da Reanult, em entrevista ao site britânico Autocar.
“Decidimos apostar nos híbridos plenos porque para mim essa é a forma mais fácil de ter carros de baixo consumo e de preparar os nossos clientes para ir aos elétricos”, afirmou Cambolive à publicação. A decisão, no entanto, é contrária a de outras marcas (e algumas rivais) na Europa, como BMW, Toyota, Volkswagen e Volvo. Na Europa, 31% das vendas no continente em 2024 foram de híbridos leves ou plenos.
Atualmente a Renault só tem um híbrido plug-in no portfólio: o Rafale — que também oferecido com híbrido pleno. Na versão PHEV, o SUV médio-grande alia um motor três cilindros 1.2 litro turbo a gasolina a outros três elétricos. A bateria de 22 kWh dá o modelo o poder de rodar pouco mais de 100 km sem gastar um gota de combustível.
Mas o executivo da fabricante francesa vê um porém. “Você não consome mais [energia] quando a bateria está vazia, o que é, para mim, um dos maiores problemas dos carros híbridos plug-in normais”, aponta Cambolive.
Renault terá SUV híbrido no Brasil
Até 2021, a Renault tinha outros dois modelos plug-in: Megane e Captur. O CEO, no entanto, não acredito que esta tecnologia faça sentido em carros compactos. “Quando você vai para os segmentos menores, se não tem dinheiro para carregar o carro, você tem uma solução totalmente híbrida. E é o suficiente. Caso contrário, você muda para os EVs. O híbrido plug-in foi a cereja do bolo, mas com vantagens que estão ligadas ao tamanho do carro”, explica.
Por aqui, a marca prepara o lançamento este ano justamente de um SUV híbrido em 2025 para rivalizar com Toyota Corolla Cross e Jeep Compass. A tecnologia escolhida, no entanto, deve ser mais simples. Assim, o futuro modelo é cotado para estrear o sistema híbrido leve flex de 48 volts, que deverá usar como base o atual conjunto mecânico do Kardian. Ou seja, motor 1.0 turboflex de 125 cv e 22,4 mkgf de torque com etanol, e câmbio automatizado de dupla embreagem banhado a óleo. E com tração dianteira.
Siga o Jornal do Carro no Instagram!