Líder de vendas no País entre as picapes médias, a S10 recebeu atualizações na linha 2014, incluindo 20 cv extras no motor 2.8 turbodiesel, que agora gera 200 cv, mesma potência do 3.2 da Ranger. Em sua versão de topo, a Chevrolet desafia a Ford e a Toyota Hilux – todas com câmbio automático.
A força adicional não foi suficiente para superar sua principal rival. A Ranger venceu pelo conjunto mecânico superior, por trazer air bags laterais e do tipo cortina (nas demais há apenas o duplo frontal) e ter o maior espaço interno e a melhor dirigibilidade.
A briga entre S10 e Hilux foi mais acirrada e definida por apenas dois pontos a favor da Chevrolet, que custa menos e tem seguro mais em conta que a rival. Na versão de topo, LTZ, a S10 parte de R$ 136.190, ante os R$ 141.500 da Ranger Limited e os R$ 148.550 da Hilux SRV Top.
É a tabela, e não o projeto antiquado – a atual geração foi lançada em 2005 -, o principal problema da Hilux. A versão SRV, inferior à Top, sai a R$ 140.930, valor mais próximo ao das concorrentes, mas carece de itens importantes como controles de estabilidade e tração e distribuição de frenagem no sistema ABS. Esses são equipamentos de série nas concorrentes.
O estilo da Hilux também está cansado, apesar de a picape ter recebido reestilizações ao longo do tempo. O acabamento interno agrada bastante pela qualidade dos materiais, que também se destacam na Ranger. Nesse quesito, a S10 deixa a desejar, por ter plásticos de aparência inferior. A favor da Chevrolet chama a atenção o bonito desenho do painel central.
As três picapes têm bancos e volante revestidos de couro e sistema multimídia com GPS e entrada USB. O sistema multimídia da Ford leva desvantagem, pois tem funcionamento confuso e pouco intuitivo, além de tela pequena, o que prejudica visualização de mapas.
RODANDO
A Ranger se sobressai em movimento, principalmente por causa do câmbio automático de seis marchas, mais eficiente que o de cinco velocidades da Hilux. Essa transmissão se sobressai em relação à de seis marchas da S10, que é um pouco mais lenta. A caixa da Chevrolet é a que mais dá trancos nas passagens de marcha.
Na prática, mesmo com potência igual e torque superior ao da Ranger, a S10 é mais lenta em acelerações e retomadas de velocidade. Reforça essa sensação o fato de a força máxima chegar em rotação mais alta.
É por isso, aliás, que a Hilux consegue mostrar desenvoltura semelhante à da S10 no uso cotidiano, principalmente com o motor trabalhando em baixas rotações. O torque de seu 3.0 é inferior ao das duas concorrentes, mas está disponível a partir das 1.400 rpm.
Ranger e Hilux também passam a sensação de serem mais estáveis. Nos dois modelos as respostas do sistema de direção são mais diretas que as da S10.
Outra senão da picape da Chevrolet é o isolamento acústico. O ruído do motor a turbodiesel invade a cabine.