Andar de carro pelas ruas de São Paulo pode ser um martírio. Não só pelo trânsito cansativo, mas principalmente pela má qualidade das vias, que deterioram rapidamente vários componentes do veículo. Pneus, suspensões, direção e até a carroceria podem sofrer bastante com buracos, valetas e outros problemas do pavimento paulistano.

Ao passar por imperfeições, os pneus podem ganhar bolhas ou mesmo cortes fundos na borracha. Os de perfil mais baixo, comuns em esportivos, estão particularmente mais suscetíveis a esses problemas, que exigem a substituição do pneu. As bolhas ocorrem quando a estrutura interna do pneu foi danificada, tornando perigosa a circulação com o componente danificado, com o risco de explosão e perda do controle do carro.

Os amortecedores também sofrem muito com a “buraqueira”. As peças perdem eficiência com os impactos constantes, estourando e deixando fluido vazar, o que também pede a substituição prematura do componente. Com o tempo, amortecedores estourados perdem a capacidade de controlar os movimentos da carroceria, tornando o carro instável em qualquer velocidade. Verifique-os sempre que passar por impactos fortes nas ruas.

Buchas, tirantes e terminais do sistema de direção são outros componentes afetados com a má qualidade da pista. Com o tempo, a direção pode perder o alinhamento ou ganhar perigosas folgas, culpa de uma série de peças desgastadas ao longo de tantas vias ruins.

Valetas e lombadas são um perigo para a parte de baixo do carro. Além das comuns raspadas na parte inferior do para-choque, o cárter (reservatório de óleo, situado na parte mais baixa do motor) também fica exposto a impactos se os obstáculos forem transpostos com velocidade acima do recomendado (que varia de acordo com a profundidade ou altura). Evite também passar na diagonal pela valeta, já que ela provoca torções desnecessárias na carroceria, perigosas principalmente em carros mais antigos.