A preparadora alemã RUF chacoalhou o Salão de Genebra com a revelação do seu mais recente projeto, o CTR 2017, que celebra os 30 anos do CTR original que mudou os padrões de veículos preparados. Nessa nova versão, a RUF levou ao extremo a preparação ao não utilizar nenhuma parte do chassi do Porsche 911 atual, como ocorre nos outros projetos da marca.
Toda a estrutura (monocoque) do CTR 2017 é de fibra de carbono com santantônio e aço especial superleve na área de deformação dianteira do subchassi. Esse desenvolvimento deixou o peso seco do RUF CTR em 1.200 kg. Para comparação, o Porsche 911 Carrera, a versão de entrada, pesa cerca de 1.450 kg.
O motor do RUF CTR é um seis cilindros boxer de 3,6 litros biturbo criado pela empresa alemã que rende 710 cv a 6.750 rpm e 89,7 mkgf a 2.750 rpm. Como no CTR original, o câmbio é manual de seis marchas e a tração, traseira. Com esse conjunto, o esportivo acelera de 0 a 100 km/h em 3,5 segundos e atinge a velocidade máxima de 360 km/h.
Outros pontos destacáveis do novo CTR, que começou a ser produzido cinco anos atrás, é a suspensão do tipo independente com braços duplos ao estilo Push Rod, como nos carros da Fórmula 1. Os freios a disco ventilados têm 380 mm na frente com pinças de seis pistões e 250 mm atrás com pinças de quatro pistões.
Visual. Por dentro e por fora, a RUF deixou clara a homenagem ao Yellowbird original. O carro tem linhas que em nada se assemelham ao 911 atual, mas sim à geração da década de 1980, com faróis redondos quase em pé e na traseira, sob o aerofólio, lanternas minimalistas.
As rodas de cinco pontas – uma marca da companhia – foram mantidas no projeto. Elas vêm calçadas com pneus Michelin PilotSport Cup2 de medida 245/35 R19 na frente e 305/30 R19 atrás. A RUF afirma que o interior manteve os mostradores redondos e analógicos no painel de instrumentos. Os bancos esportivos são de fibra de carbono (assim como o painel) revestidos de couro. Outros detalhes, como os pedais, são de alumínio, fazendo a combinação clássica dos materiais mais ligados às corridas.
A produção em série do novo CTR começa ano que vem na fábrica da companhia em Pfaffenhausen, na Alemanha. Serão apenas 30 unidades produzidas, sem contar o protótipo das imagens mostrado no Salão de Genebra.
História. O CTR original foi apresentado ao mundo em 1987 e se tornou uma lenda de imediato. Baseado em um Porsche 911 Turbo (930), teve portas, capô e tampa do motor substituídos por peças feitas de alumínio para reduzir o peso.
O motor de seis cilindros opostos e 3,4 litros recebeu dois turbos para entregar 470 cv. O câmbio original do Porsche, que era de quatro marchas, foi substituído por um de cinco velocidades desenvolvido pela própria RUF -um de seis marchas chegou posteriormente. Ele atingiu a velocidade máxima aferida de 342 km/h.
O apelido de Yellowbird, ou Pássaro Amarelo, foi dado ao modelo durante testes de velocidade da revista americana Road & Track, na pista de Ehra-Lessien, da Volkswagen, na Alemanha. A pintura amarela de cores vivas contrastava com o tempo ruim no dia dos testes.
Outro momento que eternizou a lenda do Yellowbird é o vídeo on board de uma volta completa, também em 1987, no Nurburgring Nordschleife, o igualmente mítico circuito de 20 quilômetros do vídeo acima.