Muito mais que rolos de feno ou pneus de trator na caçamba, as picapes médias nunca transportaram tantas bolsas de grife (não estamos falando da caçamba, mas na cabine). Por isso, comparamos as versões mais caras das campeãs de vendas do segmento – Chevrolet S10 High Country e Toyota Hilux Limited Edition -, que têm cabine dupla, motor a diesel, câmbio automático e tração nas quatro rodas, para saber qual entrega mais a quem não vai usá-las para o trabalho pesado.
A nova versão de topo da S10, que acaba de chegar às concessionárias, deu um “banho” na envelhecida Hilux. Melhor em praticamente todos os aspectos avaliados, a Chevrolet evidencia a idade da rival, cuja atualização mais recente ocorreu há cerca de dez anos.
Apesar de ter preço bem “salgado”, por R$ 163.800 a High Country é quase R$ 20 mil mais em conta que a Hilux, que sai por R$ 182.850. Essa diferença é difícil de explicar, já que, além do projeto mais moderno, a S10 tem motor mais forte, é superior em comportamento dinâmico, acabamento interno e capacidade de carga e seu seguro custa menos.
A Toyota só ganha, e por pouco, no custo de manutenção. O valor da cesta de peças informado pela montadora é cerca de R$ 700 mais barato que o da S10, que foi cotado em autorizada – a Chevrolet não informou os preços de seus componentes.
Ao volante. Apesar de muitos donos de picapes médias rodarem só no asfalto, elas não entregam o mesmo conforto de carros de passeio. Na cidade, são desajeitadas e, como suas suspensões são projetadas para carregar peso, balançam muito se a caçamba estiver vazia. Ainda assim, a da S10 é mais macia.Seu motor 2.8 é mais potente e forte que o 3.0 da Hilux. São 200 cv e 44,9 mkgf, ante 171 cv e 36,7 mkgf, respectivamente.
Como pesa menos, a Hilux se sai melhor em arrancadas leves, como em saídas de semáforo, por exemplo. Seu câmbio automático de cinco marchas, mais rápido nas trocas que o de seis velocidades da rival, contribui para isso, assim como o regime de rotação (mais baixo) em que o torque máximo é entregue. Quando se pisa forte no acelerador em arrancadas, por sua vez, a S10 é superior.
As duas têm controles de estabilidade e tração. Na Chevrolet há também o de descida e o assistente de arranque em ladeira. Sua transmissão é mais eficiente ao “segurar” uma marcha mais baixa, o que ajuda a controlar a picape na hora de descer vias íngremes. Na Hilux, essa tarefa fica por conta apenas do sistema de freios.
No visual, essas versões têm características bem marcantes em relação às demais. A Chevrolet tem conjunto mais bonito, santantônio que parece estar integrado à carroceria e rodas de 18”, além do chamativo tom de vermelho, cor usada pela primeira vez na S10 brasileira.
Novidades. A próxima geração da Hilux já começou a ser vendida em alguns mercados asiáticos. No Brasil, o novo modelo só deve chegar no ano que vem.