DIEGO ORTIZ
Não chega a ser a revolução anunciada pela Chevrolet, mas após 16 anos sem mudanças significativas, ver a nova geração da S10 no País é até lúdico. Desenvolvida aqui com pitacos de Tailândia e Argentina, a picape, com tabela a partir de R$ 58.868 (cabine-simples, câmbio manual e motor 2.4 flexível), se destaca por levar o modelo a um patamar igual ou até superior ao de concorrentes como Toyota Hilux e Mitsubishi L200 Triton.
Bela e robusta, a picape teve o desenho totalmente remodelado. Derivada do conceito Colorado, mostrado no Salão de Bangcoc, na Tailândia, em março do 2011, a nova S10 ganhou a grade bipartida da nova identidade mundial da Chevrolet.
Destaque também para as rodas de 17 polegadas e os faróis mais alongados, como no Agile e no Cobalt, mas muito mais bem aplicados na S10. Na traseira, as lanternas verticais são mais do mesmo em relação ao segmento. Colocando lado a lado a nova S10, a Hilux e a Volkswagen Amarok, por exemplo, fica difícil saber qual é qual. A principal diferença é que há LEDs nas lanternas das versões mais caras do modelo da Chevrolet.
No interior, a S10 quase não se parece com uma picape. O visual dos anos 90 deu lugar a um conjunto moderno e amigável. Há diversos porta-objetos e bancos confortáveis. A ergonomia é igual a de sedãs médios.
Chamam a atenção o belo comando do ar-condicionado digital e o painel, que traz alguma semelhança com o do Camaro.
Sob o capô, as mudanças também são graúdas. Entra em ação um novo motor 2.8 turbodiesel que gera 180 cv de potência e 47,9 mkgf de torque fornecido pela MWM. Além dele, há o velho conhecido 2.4 flexível, que rende até 147 cv e 24,1 mkgf com apenas etanol no tanque.
As opções de câmbio são o manual de cinco marchas e o automático de seis velocidades. Inédito no Brasil, este está disponível apenas nas versões a diesel.
Dirigibilidade e desenho em alta
O visual é impactante, sem dúvida. Mas a melhor característica da nova geração S10 é a dirigibilidade. A construção sólida de carroceria sobre chassi e a suspensão muito bem equilibrada deixaram a picape bem melhor para dirigir no asfalto. Ela não pula tanto quando passa por ondulações e buracos, e nem “rola” demais em curvas. Em relação à geração anterior, o salto qualitativo foi imenso. Os freios, mesmo com ABS, têm um certo curso livre, mas são eficientes.
Com o motor 2.4 flexível de até 147 cv, o desempenho não chega a impressionar. Como o utilitário pesa 1.672 kg, é “muita charrete para pouco cavalo”, e a situação tende a piorar com a caçamba carregada. A boa notícia é que o câmbio manual de cinco marchas ajuda na hora de reduzir para buscar mais força.
Já com o 2.8 turbodiesel tudo muda de figura. São 180 cv e bom torque disponível desde cedo, às 2 mil rpm, que dão uma “pitada esportiva” à S10. Nessa versão, há a opção do câmbio automático de seis velocidades, que privilegia o torque em baixa, com a primeira e segunda marchas bem encurtadas. É o conjunto ideal para a nova S10, ainda mais porque conta com um eficiente controle de estabilidade.
A tração 4×4, com opção de reduzida, mostrou bom trabalho durante a curta avaliação na pista da GM. A capacidade de carga, de 1.300 quilos, é uma das maiores do segmento. A caçamba tem 2,32 metros de comprimento e 1,53 metro de largura (cabine- simples).
Nas versões cabine-dupla a diesel, os preços vão de R$ 98.900 (4×2, câmbio manual) a R$ 135.250 (4×4 automática).