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Saiba a diferença entre as injeções diretas
Tecnologia

Saiba a diferença entre as injeções diretas

Sistema para motores flexíveis ou a gasolina funciona de maneira diferente dos sistemas para motores diesel

16 de abr, 2014 · 5 minutos de leitura.

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 Saiba a diferença entre as injeções diretas
BMW 320i tem motor flexível com turbo e injeção direta de combustível

O princípio de funcionamento da injeção direta de combustível é similar nos motores de ciclo diesel e Otto. Em ambos, o sistema trabalha sob pressão, mas nos propulsores a gasolina, flexíveis ou GNV, por exemplo, a operação é de cerca de 200 bar, ante os 1.800 bar dos a óleo.

Vice-presidente da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), e gerente de vendas da divisão Diesel Systems da Bosch, Sidney Oliveira Junior diz que os motores a diesel precisam trabalhar com pressão mais alta, uma vez que não utilizam velas de ignição.

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Nos motores a diesel, a explosão ocorre a partir do “contato” do óleo com o ar aquecido pela compressão no cilindro.

“A temperatura do combustível nos motores a diesel ultrapassa os 800°C, enquanto nos a gasolina gira em torno dos 450°C”, explica Oliveira.

Outra peculiaridade que torna os sistemas diferentes está no controle da aceleração de cada tipo de tecnologia.


Nos modelos com motor de ciclo Otto, uma “borboleta” determina o grau da mistura ar-combustível conforme a exigência do pedal do lado direito. Nos propulsores a diesel, a responsável por essa “dosagem” é a bomba injetora.

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Segundo o diretor de marketing e relações institucionais da fabricante de motores Cummins, Marco Rangel, a grande vantagem da utilização da injeção direta, seja ela de diesel ou outro combustível, está no melhor aproveitamento da energia disponível.


Ele cita as diferenças de funcionamento ao comparar as respostas de um motor a diesel de seis litros e 300 cv, utilizado em veículos pesados, como caminhões e ônibus, e outro a gasolina com a mesma capacidade volumétrica, mas de superesportivos. Nos utilitários, haverá muito mais torque – e em baixa rotação -, enquanto no modelo de alto desempenho o objetivo é privilegiar a potência e a velocidade final.

FUTURO DO PRESENTE


A BMW lançou o sedã 320i com motor flexível, turbo e com injeção direta de combustível. A principal diferença em relação ao propulsor só a gasolina é a possibilidade de operação com “níveis” de corrosão mais severos por causa do etanol.

Outra tendência é a unificação dos sistemas. A Bosch está desenvolvendo o e-DG Flex, que pode queimar diesel e GNV. A base é a de motores a diesel, mas há uma vela para gerar centelha quando o veículo estiver utilizando gás.


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Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.