A chegada do Honda HR-V e do Jeep Renegade ao Brasil está incendiando o segmento de utilitários-esportivos compactos entre R$ 70 mil e R$ 100 mil. No patamar acima, uma disputa com menos estardalhaço, mas igualmente ferrenha, vem sendo travada entre as chamadas marcas premium e acaba de ganhar um ingrediente bastante importante.Trata-se da versão 250 do Mercedes-Benz GLA, que tem motor 2.0 turbo a gasolina de 211 cv, câmbio automatizado de sete marchas e dois níveis de acabamento: Vision, com tabela de R$ 171.900, e Sport, por R$ 189.900.

A novidade mira quem busca desempenho mais empolgante que o oferecido pelo motor 1.6 de 156 cv da versão 200 (a partir de R$ 136.900, na opção Advance), mas não está disposto a pagar R$ 298.900 para acelerar os 360 cv da 45 AMG.

A briga da Mercedes com as compatriotas Audi, que vende aqui o Q3, e BMW, com o X1, ficará mais intensa no fim do mês, quando estreia o GLA 200 Style, a R$ 128.900. A nova opção de entrada não traz memória para os ajustes elétricos do banco do motorista e faróis de xenônio, por exemplo, que são de série nos demais modelos.

Voltando às versões 250, além desses itens há um sistema que permite estacionar o carro em vagas paralelas e longitudinais sem a interferência do motorista, navegador GPS e teto solar panorâmico. Outros destaques são os controles de estabilidade e largada em rampas, que evita que o veículo volte ao arrancar em ruas muito íngremes, por exemplo.

A versão Sport vem, adicionalmente, com equipamentos de aparência da AMG, divisão de preparação da marca, como as rodas de 19 polegadas (as da Vision têm 18”). Há ainda câmera na traseira e ajustes elétricos para o banco do passageiro.

O sistema multimídia é acionado por um botão no console central. Os dados são projetados na tela de 7” sobre o painel que, assim como nos Classes A e CLA, destoa dos outros instrumentos a ponto de parecer que foi colocado depois que o projeto do carro já estava pronto.

Ficha Técnica

Preço sugerido: R$ 171.900 (Vision)

Motor: 2.0, 4 cil., 16V, turbo, gasolina

Potência (cv): 211 a 5.500 rpm

Torque (mkgf): 35 de 1.200 a 4.000 rpm

Câmbio: Automatizado, 7 marchas

Comprimento: 4,42 metros

Utilitário é bom na hora de guiar e até de parar

As fotos ao lado e da capa desta edição são da configuração Sport do GLA 250, que se diferencia da Vision apenas pela aparência e por alguns itens de série. A base mecânica de ambas é rigorosamente a mesma. Ou seja: as respostas também.

O motor 2.0 turbo a gasolina entrega bons 211 cv de potência e os 35 mkgf de torque surgem a partir de 1.200 giros. Na prática, o utilitário-esportivo, que pesa 1.455 quilos, é ágil nas arrancadas e retoma velocidade com desenvoltura.

Se nas versões de entrada o motorista sente um pouco a falta de ânimo do 1.6 quando pisa forte no acelerador, na nova intermediária isso não acontece. De acordo com dados da fabricante, ir de 0 a 100 km/h requer 7,2 segundos. A velocidade máxima é de 235 km/h.

Graças ao maior deslocamento volumétrico do motor de 2 litros, praticamente não se percebe o ruído do quatro-cilindros. Mérito também do bom isolamento acústico.

Nas curvas, o GLA 250 mostra o seu valor. Ponto principalmente para a suspensão traseira com braços múltiplos que, segundo dados da Mercedes, permite que os movimentos longitudinais e laterais da carroceria ocorram de forma independente. Trocando em miúdos, o carro inclina pouco.

A assistência elétrica da direção, por sua vez, poderia ser mais pesada. A calibragem, feita para priorizar o conforto em detrimento da esportividade, cria a sensação de que o volante é um tanto “molenga”.

Os freios são bem dimensionados para o porte e peso do GLA. Entre os destaques, há o travamento das rodas em paradas como as de semáforo, sem que o motorista precise manter o pedal pressionado. Para liberar o carro, basta acelerar. Como nos rivais, o porta malas do Mercedes, de 421 litros, é minguado. O do Audi Q3 tem 460 e o do BMW X1, 420.

GLA 250

PRÓS:

CONJUNTO – Motor casa bem com câmbio automatizado e suspensão isola jipe de defeitos no piso.

CONTRAS:

DIREÇÃO E TELA DE LCD – Sistema bem que poderia ser mais ‘pesado’ e visor de 7” não harmoniza com resto da cabine.