Para reaquecer as vendas, que caíram cerca de 25,5% no acumulado de janeiro a julho, as montadoras estão investindo em novas estratégias para atrair clientes. Várias marcas passaram a adotar uma modalidade de parcelamento até então restrita ao segmento de luxo – trata-se do financiamento com a chamada parcela “balão”, a ser paga no fim do plano. Toyota, Honda e Nissan são algumas das que lançaram esse tipo de opção recentemente.
Para o consumidor que pretende parcelar o pagamento em até 36 vezes, esse tipo de operação garante prestações bem mais em conta. Além de poder postergar para o fim do plano o pagamento de entre 30% e 50% do valor do veículo, nessa modalidade de crédito os bancos das montadoras estão praticando juros mais baixos que no CDC convencional.
Na média, o mercado trabalhou em julho com taxa de 2,33% ao mês, segundo estudo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Para comparação, as taxas para os planos com parcela “balão” para um Nissan March partem de 0,53% ao mês.
Recompra. Também há alternativas na hora de quitar o carro. A Hyundai garante a recompra se o cliente quiser trocar por outro modelo da marca. Nese caso, o valor da prestação final é abatido e o restante usado como entrada para o zero-km. O objetivo é fidelizar o consumidor.
Também há montadoras que oferecem a chamada recompra garantida mesmo se o consumidor quiser trocar de marca. “É uma maneira de garantir que, mesmo com o mercado ruim, o consumidor conseguirá revender seu veículo após um determinado período”, afirma o diretor da Anefac, Miguel de Oliveira.
Nesse grupo, estão empresas como Nissan e Jaguar Land Rover, mas a oferta mais interessante é a da Toyota. A marca se compromete pagar 85% da tabela do Jornal do Carro para modelos adquiridos por meio do programa “Ciclo Toyota” (veja detalhes no quadro acima). Entre as ressalvas, o veículo não poderá rodar mais do que 15 mil km por ano.
Da Jaguar Land Rover, o plano Access não tem essa limitação. A marca garante a recompra do usado por, no mínimo, 50% do valor de tabela. “Esse porcentual é baixo”, afirma Oliveira. De acordo com ele, a média paga no mercado por modelos usados é de 75% a 80%.
Oliveira lembra que o cliente não é obrigado a revender o carro à montadora. “É só uma garantia. Se daqui a três anos (prazo máximo oferecido pelas marcas para essa modalidade de financiamento) o mercado estiver melhor, ele pode conseguir até 100% em outras lojas.”