Em um carro blindado, os vidros são os itens que requerem maior cuidado. Isso porque eles podem sofrer delaminação com o passar do tempo. O fenômeno ocorre quando as lâminas do vidro – geralmente são de duas a quatro camadas, dependendo do tipo de blindagem – começam a se descolar uma das outras. Então, surgem espaços ocupados por pequenos veios ou bolhas de ar.
A principal consequência da delaminação é a redução da capacidade de suportar disparos provenientes de armas. “Isso nem sempre ocorre. Assim, é preciso avaliar a extensão do dano”, diz o presidente da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), Rogério Garrubbo. Além disso, a visibilidade pode ficar prejudicada.
O processo é mais comum em vidros blindados com mais de dez anos. Quando ocorre, normalmente é por falhas no processo de produção, mas exposição excessiva ao sol e agressão por uso de produtos químicos na limpeza também podem acelerar a delaminação, segundo o Garrubbo.
A solução mais comum em caso de delaminação é a troca do vidro. O preço de cada peça nova parte de R$ 3 mil, no caso dos vidros laterais, e de R$ 6 mil, valor do para-brisa – média aferida em blindadoras consultadas pela reportagem.
Porém, há empresas que fazem a recuperação do vidro. Após retirado, ele é levado para uma autoclave, que o aquece no vácuo a mais de 300º C por pelo menos seis horas. Porém, há risco de o vidro trincar no processo – nesse caso, a peça fica condenada e as empresas não se responsabilizam. Para quem quiser correr o risco, o preço é o atrativo.
Na Shida Serviços Automotivos (3845-3802), o conserto custa R$ 900 para os vidros laterais e R$ 1.300 para para-brisa. A garantia é de seis meses. Na First Tech (5035-5555), para um Honda Civic 2016, os valores são de R$ 690 e R$ 890, respectivamente – com três anos de garantia.