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Saiba tudo sobre air bag e freios com ABS
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Saiba tudo sobre air bag e freios com ABS

Dispositivos de segurança serão obrigatórios para todos os carros fabricados no Brasil a partir de 2014

18 de dez, 2013 · 13 minutos de leitura.

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 Saiba tudo sobre air bag e freios com ABS
Airbags são inflados em frações de segundos

A partir de 2014, todos os carros fabricados no Brasil deverão ser equipados com airbags e sistema de freios ABS. Apesar da amplamente conhecida importância desses itens de segurança, que já são padrão em automóveis vendidos nos Estados Unidos e na Europa há mais de 15 anos, só agora eles começaram a se popularizar por aqui, já que antes eram oferecidos apenas em modelos mais caros.

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Devido a cultura no País, carros com ABS e airbags não eram valorizados nem mesmo por revendas de usados há até pouco tempo. Os lojistas pagavam mais por veículos com trio elétrico, rodas de liga leve e som potente do que aqueles com os dispositivos.


Por outro lado, ainda existem muitas dúvidas a respeito destes dois equipamentos, que podem amenizar as consequências de uma colisão e até mesmo salvar vidas. Veja abaixo onde e quando foram criados, curiosidades e para que servem os dois sistemas de segurança.

FREIOS ABS


Histórico:

– Apesar de serem mais conhecidos por meio da abreviatura da expressão inglesa Anti-Lock Brake System, a origem do ABS é alemã (Antiblockier-Bremssystem), uma vez que foi desenvolvido pela Bosch, em 1936. Os primeiros ABS para carros, que eram feitos com mais de 1.000 componentes eletrônicos e ainda eram muito lentos, foram usados em modelos da Mercedes-Benz.

– Porém, os primeiros sistemas foram originalmente criados em 1929 pelo francês Gabriel Voisin para serem usados em aviões. A Dunlop também chegou a desenvolver um sistema primitivo de frenagem na década de 1950, totalmente mecânico, que ainda é usado em algumas aeronaves.


– A primeira versão eletrônica para carros com desempenho satisfatório em termos de segurança foi desenvolvido pela Chrysler em parceria com a fabricante de freios Bendix para o Imperial, em 1971, chamada Sure Brake. A Ford também introduziu freios antibloqueio denominados Sure Track para o Lincoln Continental Mark III e para a station wagon LTD.

– Os sistemas ABS como conhecemos hoje surgiram em 1978 também pelas mãos da Bosch, quando começaram a ser fabricados em larga escala. Desde então, esse tipo de freio passou por evoluções consideráveis, trabalhando em conjunto com sistema de controle de tração e estabilidade, assistência de frenagem, entre outros equipamentos. Atualmente na versão 8.0, o sistema pesa menos de 1,5 kg, bem inferior aos 6,3 kg da versão 2.0.


Como funciona:

– ABS é um sistema que evita o travamento das rodas (pode ser de dois canais, apenas para as rodas dianteiras, ou de quatro, para todas as rodas), como acontece nos freios a disco comuns. Isso evita derrapagens e permite que o motorista consiga mudar a trajetória durante a frenagem, podendo assim desviar de um obstáculo no caminho.

– Por meio de sensores eletrônicos, a rotação de cada roda é monitorada e comparada à velocidade do veículo, modulando automaticamente a pressão durante uma parada de emergência. Ao evitar o bloqueio das rodas, o motorista consegue manter o controle de direção e parar na menor distância possível na maioria das condições.


– O módulo do ABS é acionado em cerca de 0,5 segundo quando o veículo atinge uma velocidade de 20 km/h. Abaixo dessa velocidade, o sistema é desligado.

– A eficiência do sistema ABS depende do tipo de solo por onde o carro trafega. Em pistas de asfalto ou concreto, independentemente de estarem secas ou molhadas, a distância de frenagem costuma ser menor. Já em trechos de cascalho, areia ou neve, os freios comuns travam as rodas, que tendem a escavar o terreno e parar mais rapidamente.

– Quem nunca dirigiu um carro com ABS tende a se assustar em um primeiro momento. Quando uma situação exige que o motorista freie com força, ele sentirá o pedal vibrar. O importante nessa hora é não aliviar a pressão do pedal para que a frenagem não perca sua eficiência, podendo até aumentar a distância da parada em relação aos freios comuns.


– Algumas fabricantes vêm criando novos sistema que avaliam se o motorista está tentando fazer uma parada de emergência e aumentam automaticamente a força de frenagem caso a pressão no pedal não seja suficiente.

AIRBAGS


Histórico:

– Os primeiros testes com airbags foram registrados na década de 1950. Em 1951, o alemão Walter Linderer patenteou uma bolsa de ar comprimido, acionada em caso de contato com o para-choque ou do motorista com o volante, mas o enchimento da bolsa era muito lento. Dois anos depois, o norte-americano John Hendrik também patenteou um conjunto de almofadas de segurança para veículos automotores, mas o projeto não foi para frente.

– Mas o progresso real em relação aos airbags surgiu em 1968 pelas mãos de um engenheiro mecânico de Nova Jersey (EUA) chamado Allen Breed. Ele inventou o primeiro sistema automotivo eletromecânico do mundo com sensor de colisão.


– Em 1971, a Ford construiu uma frota experimental com as bolsas infláveis, enquanto a GM, em 1973, testou o dispositivo em um modelo vendido apenas para o Governo dos EUA. No mesmo ano, o primeiro carro para passageiros equipado com airbags foi introduzido no mercado: o Oldsmobile Toronado. Um ano depois, Buick, Cadillac e Oldsmobile passaram a oferecer airbag duplo como opcional em vários de seus modelos.

– A Chrysler foi a primeira montadora a disponibilizar airbags como equipamento de série, em 1988. Já em 1994, a TRW iniciou a produção do primeiro airbag inflado com gás, que são obrigatórios nos veículos norte-americanos desde 1998.


Como Funciona:

– Os airbags são bolsas de ar que se inflam rapidamente (em 25 milésimos de segundo) cujo intuito é amortecer o choque entre os ocupantes e o veículo, diminuindo em cerca de 30% o risco de morte, segundo a NHTSA (National Highway Traffic Safety Administration). Em casos de desaceleração brusca, um sensor identifica a variação de velocidade e envia um sinal elétrico para que ocorra a reação química responsável pelo acionamento do dispositivo.

– Essa reação química acontece pela oxidação dos componentes nitrato de potássio e nitreto de sódio para formar o gás nitrogênio, que se expande a uma velocidade de 320 km/h, fazendo a bolsa inflar. Atualmente existem modelos que calculam a força do impacto e determinam a intensidade do enchimento do airbag.


– Quando o airbag é aberto, percebe-se a presença de um pó branco, que nada mais é que talco comum ou amido de milho. Isso permite que o saco permaneça maleável e lubrificado, evitando que o náilon grude e dificulte a abertura em caso de acidente. Após inflar, a bolsa começa a esvaziar quase imediatamente por ser cheia de furos microscópicos.

– A legislação brasileira exige apenas que o veículo traga aibags para motorista e passageiro do banco da frente. Mas existem sistemas que protegem outras partes do corpo, bem como os ocupantes do banco traseiro. Os airbags laterais preservam o torso e os de cortina protegem contra impactos laterais e ainda minimizam a entrada de estilhaços de vidro no carro. Já o central evita que os ocupantes se choquem, o do vidro traseiro protege a cabeça de quem viaja atrás em caso se colisão traseira, os de cinto distribuem melhor a força do impacto e, como diz o nome, os de joelhos protegem… os joelhos.

– Figurinha tarimbada quando o assunto é segurança, a Volvo desenvolveu um exclusivo sistema de airbags para pedestres, presente hoje no hatch V40. A bolsa fica alojada na base do para-brisa e é acionada em casos de acidente entre 20 km/h e 50 km/h, atenuando as consequências em casos de atropelamento.


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