Você está lendo...
Salão de Xangai reflete a evolução do mercado local
Notícias

Salão de Xangai reflete a evolução do mercado local

Salão do Automóvel de Xangai mantém desejo por carro europeu, mas reflete evolução dos carros chineses

José Antonio Leme, de Xangai

22 de abr, 2017 · 11 minutos de leitura.

Publicidade

Nio EP9 Salão de Xangai
Foto: Aly Song/Reuters
Crédito:

 

A China vem buscando melhorar sua reputação de mera fabricante de produtos bons para exportação, ou ainda, de produtora de itens de qualidade duvidosa e preço inferior. A edição 2017 do Salão de Xangai, que vai até o dia 28, é um exemplo claro disso, visto a redução das imitações e o aumento dos carros locais com desenho próprio.

Outro bom sinal de que eles estão entrando ma mesma onda que o restante do mercado está no segmento que movimenta a maioria das marcas, seja as globais, sejam as locais: os utilitários-esportivos. Quem não tem uma nova geração, apelou para um novo conceito ou ainda a proposta de SUV-Coupé, que entrou em moda com o BMW X6. Apesar de homogeneizar o gosto local como no restante do mundo, não é possível ignorar a tendência no maior mercado consumidor de automóveis do mundo.

Publicidade


A Volkswagen aposta em uma única novidade, o conceito elétrico I.D. Crozz, ou seja uma variação do carro mostrado no Salão de Paris. O I.D. Crozz é um crossover, diferente do outro que era um hatch. Ambos serão produzidos sobre a uma mesma plataforma modular para carros elétricos. Com tração integral, o I.D. Crozz tem 500 km de autonomia com uma única carga, que pode chegar a 80% de potência em apenas 30 minutos na tomada. Ele contará ainda com modo autônomo e comando de funções por gestos. Ele entrará em produção em 2020.

A Citroën vai entrando na briga dos SUVs com o C5 Aircross. O modelo fez seu lançamento mundial no Salão. O nome Aircross deixará de ser utilizado em monovolumes aventureiros para ser adotado em SUVs a partir de agora. Ele chega às ruas da China em outubro e à Europa no segundo semestre de 2018. Produzido na plataforma modular EMP2, tem 4,50 metros de comprimento, 1,84 m de largura e 1,67 m de altura, brigando entre os médios como Jeep Compass e Honda CR-V. Na China terá motores 1.6 e 2.0, ambos turbo, de 165 cv e 200 cv com câmbio automático de seis marchas. Haverá ainda uma versão híbrida plug-in de 300 cv com tração integral.

A Chevrolet apostou também no conceito de um SUV para o evento asiático. O FNR-X foi desenvolvido pelo centro da GM na Ásia e traz a linguagem visual da marca na dianteira, com faróis de LEDs e linhas agressivas. O conjunto híbrido não teve especificações divulgadas, mas o motor a combustão e elétrico podem ser usados juntos ou separadamente, com dois modos: versatilidade e esportivo. Além disso, o conceito pode modificar a suspensão e a dirigibilidade do carro. Outro sistema imaginado foi o de grade frontal que se ajusta automaticamente, abrindo ou fechando sozinha conforme o aumento da velocidade para reduzir o arrasto e, consequentemente, o consumo.


Ainda na sequência dos SUVs apresentados, a Jeep mostrou o conceito Yuntu, um crossover com jeitão rústico, mas com linhas modernas. O grandalhão, com espaço para três fileiras de bancos e linhas mais retas que as do Grand Cherokee, adota as sete barras na dianteira, faróis de LEDs, portas traseiras suicidas e teto panorâmico de vidro. O futurismo externo foi adotado no interior de bancos bonitos, mas aparentemente pouco funcionais, do painel de instrumentos virtual com outras duas telas – uma no centro do painel e outra de frente para o passageiro – e, completando o pacote, um sistema de entretenimento para os bancos traseiros. A proposta é que ele seja desenvolvido como um sete lugares especificamente para o mercado chinês com motorização híbrida, já que traz a sigla PHEV (Plug-In Hybrid Vehicle) nas portas.

Já a Audi mostrou o e-tron Sportback concept, que dará vida ao segundo modelo 100% elétrico da marca, que entra em produção em 2019. O SUV com estilo de cupê devido à caída da coluna C tem cerca de 500 km de autonomia, segundo a Audi, oferecidas por um pacote de baterias de íons de lítio de 95 kWh que pode atingir carga de 400 km em 15 minutos usando os dois carregadores de uma só vez. Essas baterias fornecem energia aos três motores elétricos que juntos geram 320 kW, cerca de 430 cv, podendo chegar em boost temporário a 500 cv.

Do grupo BMW foram quatro os lançamentos mundiais: Série 5 Li, com entre-eixos longo, M4 CS, o Mini Countryman John Cooper Works (JCW) e a moto BMW HP4 Race. O M4 CS é uma série limitada que será produzida por dois anos e ficará acima do M4 “convencional” e abaixo do M4 GTS, que praticamente é uma versão de competição homologada para as ruas. Ele recebeu uma série de peças a mais de fibra de carbono, deixando seu peso total em 1.580 kg.


A potência do motor seis cilindros 3.0 biturbo foi elevada para 460 cv (10 cv extras) e a suspensão recebeu um novo ajuste, mais firme que a do M4 normal. Ele acelera de 0 a 100 km/h em 3,9 segundos e a velocidade máxima é limitada eletronicamente a 280 km/h.

O Mini Countryman JCW surge pela primeira vez ao público. Baseado na segunda geração do “SUV” da linha Mini, recebeu o motor 2.0 turbo de 231 cv associado a um câmbio automático de seis marchas e suspensão retrabalhada, para ficar mais firme que a original. Além disso, traz os detalhes em vermelho, como a grade e a costura do banco e o logo da divisão da Mini.

A nova geração do Série 5 que está chegando ao Brasil já ganhou um requisito necessário para fazer sucesso como sedã na China, que é a versão de entre-eixos com 13,3 cm a mais que a versão normal, o que representa mais espaço para as pernas dos ocupantes do banco traseiro aliado às mesmas tecnologias encontradas no Série 5 convencional, que tem motores quatro e seis cilindros e tecnologias semiautônomas.


A moto HP4 Race apresentada oficialmente em Xangai é uma versão de pista da S 1000 RR. O modelo tem chassi, carenagem, rodas e outras partes em fibra de carbono. Ela terá produção limitada a 750 unidades, tem 171 kg em ordem de marcha e seu motor quatro cilindros de 998 cm³ foi preparado para entregar 215 cv, contra 200 cv do original.

No espaço destinado a Mercedes, o Concept A Sedan deixava claro suas intenções de brigar com Audi A3 Sedan e BMW Série 1 Sedan (esse feito só para China por ora) quando chegar às ruas. O conceito tem medidas de 4,57 metros de comprimento, 1,87 m de largura e 1,46 m de altura e ficará abaixo do Classe C na gama de sedãs da companhia. A outra estreia foi a reestilização do Classe S. Além dos novos faróis de LED e do anúncio de uma futura versão híbrida que pode se mover a até 50 km/h com o motor elétrico, o Classe S recebeu a tecnologia semi-autônoma mais avançada da marca, já que consegue ajustar a velocidade por conta própria antes de entrar em curvas e cruzamentos.

VIAGEM A CONVITE DA LIFAN MOTORS


 

Deixe sua opinião