No trânsito, elas costumam ser prudentes, cautelosas e atentas. Por causa desses atributos, executivos de seguradoras são unânimes em afirmar que as mulheres, apesar de serem mais propensas a pequenos acidentes, oferecem risco muito menor para as companhias que os homens. Por isso, pagam entre 5% e 25% menos no valor das apólices.
“O que conta muito é a intensidade da batida. A colisão que envolve mulheres acaba tendo menor impacto e, consequentemente, os custos de reparo são menores”, explica o superintendente de auto da Porto Seguro Jaime Soares.
Continua depois do anúncioO mais recente boletim do Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT) corrobora esse dado: 75% das indenizações pagas por invalidez e morte foram para homens e só 25% para mulheres. Os dados compreendem de janeiro a setembro de 2014.
NA PRÁTICA. Fatores como tipo de veículo, região de residência e trabalho e frequência do uso do carro ajudam a compor o perfil de menor risco. “Mesmo assim, em todas as idades e estados civis os preços para mulheres são menores que para os homens”, diz o superintendente de automóvel da Yasuda Marítima Adriano Fernandes.
A analista Fabiana Marçula renovou o seguro de seu Citroën C3 há pouco mais de um mês por R$ 1.300. Para um homem com as mesmas características, o valor da apólice seria de R$ 1.556, ou 16,5% a mais. “Ajuda o fato de eu não usar o seguro há muitos anos e ter acumulado bônus”, diz ela.
Ter filhos, especialmente homens, na faixa etária entre 18 e 25 anos, também é um agravante que pode aumentar o preço do seguro em até 20%.
“Quanto mais nova a segurada, maior a diferença de preço. A partir dos 35 anos, os preços (para homens e mulheres) começam a se equivaler”, afirma o diretor de produto de automóvel do Grupo BB e Mapfre Sérgio Barros. Isso ocorre, principalmente, por causa da variação nos valores para os homens – os mais jovens pagam bem mais. No caso das mulheres, a variação é menor.
EXTRAS. O crescimento do número de mulheres atrás do volante – segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), elas representam 51% dos brasileiros com carteira de habilitação – também fez aumentar a procura pelas seguradoras.
Por isso as empresas oferecem benefícios exclusivos para elas. É o caso de assistência para gestantes, transporte de emergência para familiares e até indenização em caso de roubo da cadeirinha infantil. “Antes de renovar a apólice, eu nem sabia que tinha direito a tudo isso, mas é bom ter essa segurança”, diz Fabiana.