Diego Oriz
“A nova sensação ao dirigir”. O slogan, do cartaz anunciando o primeiro carro automático do mundo, um Oldsmobile 1940, retrata perfeitamente a revolução provocada pela chegada da tecnologia ao mercado, em 1938.
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O câmbio hidramático, como ficou conhecido à época, foi criado pelos brasileiros José Braz Araripe e Fernando Lemos. A dupla vendeu a tecnologia em 1932 por US$ 20 mil (pouco mais de R$ 40 mil atualmente) à norte-americana General Motors. Desde então, o sistema não parou de evoluir.
A primeira caixa tinha quatro marchas – as duas primeiras bem reduzidas para ajudar o motor a impulsionar os pesados carros da época. Foi usado nos veículos de combate feitos pela GM para a Segunda Guerra Mundial. Depois disso, receberam o selo de “testados em batalha”.
A maioria dos câmbios automáticos atuais é hidráulica, com acoplamento viscoso, conversor de torque e engrenagens planetárias para fornecer as relações das transmissões. Antigamente, era necessária uma quantidade significativa de energia para pressurizar o sistema de controle hidráulico, que utiliza o fluido para determinar os padrões de mudança das marchas.
Com o desenvolvimento dos veículos, aumentaram as exigências para melhorar a administração de potência e reduzir o consumo de combustível. O sistema evoluiu e a mais recente novidade no mercado é uma transmissão de nove marchas, criada pela ZF para veículos de passeio, que será lançada no Land Rover Range Rover Evoque no segundo semestre.
Hyundai, GM e Ford já desenvolvem câmbios de dez marchas. Mas de acordo com informações da ZF, o de nove está no limite da eficiência, pois a adição de engrenagens torna o processo pesado e complicado.
A caixa automática de cinco marchas foi uma evolução natural da de quatro. O objetivo, correto em termos dinâmicos e ecológicos, foi criar um overdrive para o carro rodar em estradas, por exemplo, e consumir menos combustível.
Mesmo com essa evolução, ainda há no Brasil vários modelos com câmbios automáticos antigos e pouco eficientes. É o caso dos sistemas de quatro marchas de Toyota Corolla e Peugeot 208, por exemplo.
Os de oito velocidades, considerados o supra sumo até então, também estão entre nós em carros como BMW Série 3, Hyundai Equus, Land Rover Range Rover, Kia Mohave, Volkswagen Amarok e por aí vai.
O primeiro automatizado em um carro nacional surgiu em novembro de 2007, no Meriva Easytronic. Com muitos solavancos nas trocas de marcha, não foi sucesso de crítica. Demorou até cair no gosto do consumidor já em segunda geração, com o I-Motion, da VW, e o Dualogic, da Fiat.
Em dezembro foi a vez de o Ford EcoSport tornar-se o primeiro brasileiro a ter um automatizado de dupla embreagem. Esse sistema era oferecido até então apenas em carros bem mais caros e/ou com apelo esportivo, como Audi, Ferrari, Porsche e Lamborghini.