Hiroto Saikawa, que assumiu o lugar de Carlos Ghosn na Nissan, apresentou hoje carta de renúncia depois que surgiram denúncias de que ele teria recebido vantagens financeiras indevidas. Saikawa havia prometido passar a liderança da empresa à nova geração.
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Yasushi Kimura, um dos membros do board da Nissan, disse a repórteres na sede da empresa, em Yokohama, que a quantia recebida por Saikawa foi considerada como “não ilegal”. Mesmo assim, a direção acatou a renúncia do executivo. A saída oficial está marcada para a segunda-feira que vem, dia 16. Seu sucessor será anunciado no mês que vem. Kimura disse que a escolha ainda está em curso.
Saikawa subiu com a queda de Carlos Ghosn
Saikawa galgou postos na Nissan após a prisão de Carlos Ghosn. Mas a pressão por sua renúncia cresceu na semana passada, após denúncias de que ele teria recebido pagamentos “duvidosos”.
As irregularidades estão relacionadas a manipulação de preço das ações da Nissan Motor Co.
O board da montadora se reuniu para analisar as acusações contra Saikawa, assim como outras questões relacionadas a Carlos Ghosn e à ética corporativa da empresa. Ghosn, que está solto sob fiança e aguardando julgamento, se declara inocente.
Kimura e outros três membros do board disseram que suas investigações sobre Ghosn e Greg Kelly, ex-executivo que também foi preso pelas mesmas acusações que recaem sobre o brasileiro, chegaram ao valor de 35 bilhões de ienes (cerca de R$ 1,3 bilhão) de prejuízos causados à companhia.
O board decidiu que uma lista com cerca de dez candidatos são considerados para substituir Saikawa. Os diretores não disseram quem são os candidatos, mas adiantaram que entre eles há nomes de fora da empresa e não japoneses.
Até que o sucessor seja definido, Yasuhiro Yamauchi ocupará o cargo interinamente.
Durante coletiva de imprensa, Saikawa disse que estava tentando fazer o que era necessário, para “passar o bastão” tão cedo quanto possível.
Executivo disse que vai devolver o dinheiro
O executivo disse que não tinha conhecimento sobre impropriedades de sua conduta. Mas prometeu devolver o dinheiro e culpou o sistema criado por Carlos Ghosn na Nissan para pagamentos duvidosos.
A imprensa japonesa tem divulgado que Saikawa recebeu “dezenas de milhões de ienes” em compensações.
Ghosn foi acusado de falsificação de documentos, com a finalidade de provar que ele não havia recebido dinheiro.
Os lucros e as vendas da Nissan caíram este ano, em relação ao ano passado. Investidores também estão preocupados sobre o relacionamento da empresa com a Renault. As duas formam uma aliança. A empresa francesa tem 43% da companhia japonesa.