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SUVs esportivos: BMW X3 M40 encara Audi SQ5 e Mercedes GLC 43 AMG
Comparativo

SUVs esportivos: BMW X3 M40 encara Audi SQ5 e Mercedes GLC 43 AMG

Versões esportivas de X3, Q5 e GLC em comparativo de quem entrega mais "pimenta" em um carro familiar

José Antonio Leme

25 de jul, 2018 · 12 minutos de leitura.

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NA FOTO, AUDI SQ5, BMW X3 M40i e MERCEDES GLC 43 AMG. CRÉDITO: VALERIA GONCALVEZ/ESTADÃO
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Quem precisa de um carro familiar também pode ser fã de esportividade. De olho nesse público, as alemãs Audi, BMW e Mercedes-Benz criaram versões apimentadas de seus utilitários-esportivos médios.

Nessa disputa, a versão M40i da nova geração do X3 (montado no Brasil) desafia o SQ5 e o GLC 43 AMG. O novato da BMW, por R$ 397.950, levou a melhor, por trazer mais equilíbrio entre esportividade e conforto, Ele tem ainda a lista de equipamentos mais completa.

Na segunda colocação ficou o Mercedes-Benz, feito na Alemanha e com preço sugerido de R$ 390.900. Produzido no México e à venda no País por R$ 397.990, o Audi aparece na terceira posição. O GLC 43 se destaca pela esportividade, mas sofre com um interior pouco moderno, apesar do bom acabamento. O SQ5 é o menos esportivo, mas o mais descolado e moderno por dentro.

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De série para todos há tração integral e controles de velocidade adaptativo, tração e estabilidade. Há ainda bancos dianteiros com ajuste elétrico, teto panorâmico, central multimídia com integração a Android Auto e Apple CarPlay, modos de condução (econômico, conforto e esportivo), faróis de Full-LEDs e abertura e fechamento elétricos do porta-malas.

Os três modelos têm ainda sistema de som de marcas premium: (Harman Kardon no X3, Burmester no GLC e Bang&Olufsen no SQ5). A mais, o BMW traz sistema de manutenção em faixa e correção da trajetória. O Mercedes é o único com sete air bags, suspensão a ar e um quarto modo de condução (Sport+), que deixa o carro muito arisco.

Diferentemente do X3, ele não oferece alerta de ponto cego, head-up display (que projeta os dados do painel no para-brisa) e nem painel virtual. O Audi tem os últimos dois itens de série. Já o alerta de ponto cego está em um pacote de R$ 12 mil, que inclui também câmera 360° (de série no BMW e no Mercedes).


No quesito seguro, todos têm valores altos. Os de X3 e GLC 43 são cerca de R$ 2 mil mais baixos que o do Audi. Os valores de manutenção não foram considerados para esse comparativo pois BMW e Mercedes-Benz não tem valores fixos para os seus modelos.

O GLC 43 tem o visual mais atraente, com linhas arredondadas e a nova grade diamante. Além disso, é o com estilo mais esportivo. O SQ5 é o que passa mais despercebido, por ter desenho muito generalista, quase idêntico ao dos demais modelos da marca. O X3 tem uma evolução da aparência da antiga geração. É preciso prestar muita atenção para notar as diferenças.

3º SQ5 é moderno por dentro e discreto por fora


Com 354 cv e 50,9 mkgf, o motor 3.0 V6 do SQ5 tem menos potência e torque que os dos rivais. Porém, sua força chega mais cedo (1.350 rpm), o que o ajuda a responder rápido em qualquer situação. O câmbio automático de oito marchas tem trocas rápidas e sem trancos.

Com essas respostas, o carro passa a sensação de ser muito leve. O senão é a falta de uma calibragem mais firme para suspensão e direção no modo esportivo. Mesmo com amortecedores adaptativos, a diferença entre o ajuste confortável e o apimentado é pequena. A carroceria “deita” mais que as dos rivais em curvas.

Se por fora é o mais sem sal, por dentro o Audi é o mais agradável. Não é o mais requintado, mas esbanja modernidade. Os comandos são práticos, com poucos botões, e tudo está à mão. Para acessar os controles no console central são, não é preciso tirar os olhos da pista. O espaço é bom para quatro adultos, mas o túnel central alto atrapalha o ocupante do meio do banco de trás.


2º GLC 43 AMG abre mão do conforto

O GLC tem o motor mais potente. Seu V6 3.0 rende 367 cv e 52 mkgf. Porém, é também o que entrega o torque mais tarde – a 2.500 rpm. Em uma condução mais “familiar”, é o de respostas mais lentas, mesmo trazendo um rápido câmbio automático de nove marchas. A alavanca da transmissão fica na coluna de direção e as mudanças manuais só podem ser feitas pelas aletas atrás do volante.

A suspensão é a menos confortável. Mesmo no modo conforto, ela é dura e faz barulhos ao encarar piso ruim. Já na função esportiva, é a melhor, e traz até ajustes independentes. No Sport+, há muito desconforto em superfícies imperfeitas.


A ergonomia e usabilidade são incômodas. Há muitos botões, pouco intuitivos, no console central. Além disso, o comando do controle de velocidade fica escondido. O painel é o único ainda não virtual (o que o deixa limitado em funções). O espaço interno é bom apenas para quatro adultos, pois o túnel central do SUV é alto.

1º X3 M40i tem o melhor dos dois mundos

O comportamento do X3 M40i é peculiar. O SUV consegue ser um bom esportivo, sem descuidar do seu lado fora de estrada. Dos três, é o mais adaptado ao uso em estradas ruins. A suspensão lida bem com buracos e imperfeições, apesar dos pneus de perfil baixo. Na tocada mais esportiva, segura bem o carro sem deitar a carroceria, mesmo com o fato de o X3 ter centro de gravidade alto.


O propulsor seis-cilindros em linha tem 360 cv e 50,9 mkgf de torque, entregues a 1.520 rpm. As respostas são boas e, no modo esportivo, o BMW é o que tem aceleração mais linear. Suas respostas dependem mais de como o motorista pisa no acelerador – diferentemente do Audi, que é rápido em qualquer situação. O câmbio automático de oito marchas é suave em qualquer condição, sem oferecer trancos na hora das trocas.

Com conforto, o X3 leva apenas quatro adultos, pois também tem túnel central alto. O porta-malas de 450 litros é bom, mas tem 100 l a menos que os dos rivais. O contraponto: só ele tem estepe convencional, que ocupa mais espaço (os dos demais são temporários).

O X3 evoluiu em qualidade do acabamento. Além disso, oferece boa distribuição dos espaços na cabine e facilidade de uso dos comandos. O pênalti é o ajuste manual do volante.


Não foi considerado o item manutenção pois Mercedes e BMW não têm pacotes fechados. No caso do consumo, o do X3 ainda não consta na tabela do Inmetro.

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OPINIÃO: O BMW X3 é o fiel da balança


Nesse trio com pitada esportiva, dois exageram em um dos lados e deixam a desejar no outro. A Mercedes parece ter se esquecido que, mesmo com proposta esportiva, um utilitário precisa entregar certo conforto.

O GLC é perfeito para as bem pavimentadas estradas alemãs. Para as do Brasil, não. Também deixa a desejar no modelo algo imperativo para o segmento: tecnologia e interatividade. A marca já mostrou o que sabe fazer com a MBUX, central multimídia do novo Classe A. Agora, falta colocar esse recurso em seus carros mais sofisticados. No caso do GLC, isso só deve ocorrer na próxima geração do veículo.

Analisando o SQ5, a sensação é de que a Audi ficou com medo de “pesar a mão” na esportividade e só colocou um “motorzão” no SUV. Rodando, o carro balança demais nas curvas e tem tendência a sair de frente.


O BMW, do qual eu esperava o comportamento mais agressivo (por causa do histórico da marca), é o que encontrou a melhor receita para não deixar ninguém descontente com o carro. Foi o fiel da balança. É completo, bem acabado, e tem equilíbrio entre conforto e esportividade.

AGRADECIMENTOS: QUINTA DA CANTAREIRA (11) 4485-2372

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Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.