A necessidade de fazer cabines mais silenciosas ficou ainda maior com a chegada de modelos elétricos e híbridos. Sem motor a combustão funcionando e fazendo barulho, os ocupantes do carro passam a ouvir outros ruídos produzidos pelo conjunto. Neste panorama, a Bose desenvolveu um sistema que pode “cancelar” virtualmente os sons desagradáveis. A tecnologia é usada por Infiniti e Cadillac. A Ford tem um recurso semelhante.
A tecnologia utiliza o sistema de som do carro para emitir ondas sonoras de baixa frequência, inaudíveis para os humanos, que neutralizam os ruídos emitidos. O recurso monitora o barulho da cabine, e atua quando necessário. Com isso, não se ouve quase nada no interior.
No Fusion híbrido, da Ford, são dois microfones na frente e um atrás. De acordo com a montadora, “cancelar” os ruídos é parte de uma estratégia de eficiência criada para o sedã. Isso porque, com o sistema, o motor a combustão do carro pode trabalhar em rotações mais baixas sem incomodar os ocupantes.
Segundo a Ford, nesta faixa o propulsor produz barulhos desagradáveis. Sem o sistema que neutraliza o som, a marca teria de adotar outro ciclo de funcionamento para o motor, comprometendo sua eficiência.
Luxo absoluto. Já a Infiniti usa o “Active Noise Control” nos sedãs Q50 e Q70. O sistema funciona da mesma maneira, mas nos modelos da marca japonesa a proposta é dar refinamento extra. Os microfones espalhados pelo interior captam ruídos e ativam a emissão de ondas sonoras para “cancelá-los”. A ideia é transformar o interior numa verdadeira “sala de concertos”.
Efeito inverso para “apimentar”
Algumas fabricantes usam sistemas parecidos, mas com efeito contrário. O objetivo é fazer o som do motor soar mais forte, ou artificialmente, na cabine. Trata-se de uma tecnologia típica de carros esportivos, como os BMW M5 (foto abaixo) e M6, que têm motor V8 biturbo de 555 cv.
Microfones instalados no compartimento do motor e no escapamento captam o som produzido pelo propulsor e o amplificam para a cabine. Essa solução é utilizada pois o isolamento acústico dos carros é tão bom que acaba deixando de fora o ruído natural do propulsor em acelerações.
Os entusiastas mais puristas, porém, reclamam desse tipo de solução, acusando-a de contribuir para deixar a experiência de guiar um carro esportivo muito artificial.
